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INSTITUIÇÃO USA EQUIPAMENTO DESCONTINUADO E LIMITADO

BPC investe em ‘software’ para combater fraudes e falhas

BANCA. Maior banco estatal ensaia novo sistema tecnológico. Fonte oficial garante que o aplicativo é “versão melhorada” do actual. Intenção é acabar com fraudes e quebra de sistema. Nova solução só fica pronta em 18 meses. Obras da sede do BPC arrancam este ano.

 

BPC investe em ‘software’ para combater fraudes e falhas

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) está a implementar, há mais de uma semana, um novo ‘software’ de operações bancárias que pretende acabar com as recorrentes falhas de comunicação, fraudes e demais queixas de clientes da entidade, soube o VALOR junto do conselho de administração.

O banco usa, actualmente, um aplicativo designado ‘Equation’, um modelo que se admite estar ‘desactualizado’ e que explica, em parte, as falhas de rede e de comunicação. Com a nova versão, os clientes poderão ver reduzidas as quebras de comunicação, além de acesso às operações do internet ‘banking’ e outras transacções desenvolvidas via da internet. O banco admite ter “graves problemas tecnológicos”. “O BPC não é tão digital assim. Com essa evolução, o nosso sistema vai tornar-se mais digital e mais funcional. Vamos ter o internet ‘banking’, que não é possível neste ‘software’ actual”, considera a fonte.

O novo ‘software’ é a versão melhorada da actual, do mesmo fabricante, mas “com nova versão e outro nome”, garante o gestor que domina o processo de reestruturação no banco há quase dois anos. A revelação da implementação do novo instrumento tecnológico surge duas semanas depois de o banco ter sofrido pressões de vários clientes que denunciaram à imprensa problemas com transferências bancárias e de pagamentos de bens e serviços por via do ATM, TPA da rede BPC.

O VALOR comprovou as queixas. À entrada de vários cubículos que albergam centrais de ATM, muitos clientes lamentavam os insucessos nas operações com os cartões do banco.

No entanto, apesar de confirmar que houve problema na rede multicaixa, o gestor rejeita que tenha ocorrido em duas semanas. “Não temos ainda a disponibilidade de sistema a 100%, estamos nos 97% ou 98%. Agumas operações, quando se fazem simultaneamente, na mesma hora, podem rejeitar. É o tempo de resposta. A explicação é essa”, esclarece. “Houve uma falha nos nossos aplicativos. Fizemos um trabalho de quinta, sexta, sábado a domingo. Estamos a fazer o fecho do ano. Houve uma falhazinha. Eu próprio também estou a fazer teste. Não estou só a ouvir o que cliente me diz. Está a acontecer, mas não é generalizado”, admite o responsável.

A fonte, que é um quadro sénior da instituição, garante que o programa de implementação deve durar 18 meses, sem, no entanto, garantir se representará o fim definitivo dos problemas técnicos.

Outros projectos

A resolução dos problemas tecnológicos enquadra-se na reestruturação do banco. A actual administração, conduzida por Alcides Safeca, herdou o processo de duas administrações anteriores, a de Zinho Baptista e a de Ricardo Viegas d’Abreu. “Estamos focados também no saneamento da carteira, redução de custos e reestruturação orgânica, que está a terminar e os procedimentos também estão muito avançados”, garante. O BPC vai ainda retomar as obras da sede que ficaram interrompidas por “falta de dinheiro”.