operações realizadas em 2014 e 2015

Caixa Angola recuperou este ano 21 milhões de euros de crédito em incumprimento

06 Sep. 2022 Mercado & Finanças

O Banco Caixa Geral de Angola tem estado a regularizar o crédito em incumprimento, sobretudo concentrado em operações realizadas em 2014 e 2015, e recuperou este ano 9 mil milhões de kwanzas (21 milhões de euros), segundo um administrador.

Caixa Angola recuperou este ano 21 milhões de euros de crédito em incumprimento

Francisco Rosado dos Santos, que falava hoje na apresentação da Oferta Pública Inicial de 25% das acções do banco detidas pela Sonangol, salientou que o banco "tem orgulho" na gestão da sua carteira de crédito em incumprimento.

"De facto, temos algumas operações no seu balanço, que temos vindo a gerir, mas que estão perfeitamente controladas em termos das garantias prestadas e do que são as expectativas de recuperação", disse.

Segundo indiciou, o banco tem neste momento um nível de imparidade que cobre 120% do crédito vencido do banco, o que nos dá muita tranquilidade para dormir, e sobre os créditos não performados, ou seja aqueles que vão pagando de vez em quando, mas que são estruturados, de quase 50% e isso dá-nos outro nível de tranquilidade", afirmou o mesmo responsável.

Francisco Rosados dos Santos adiantou que este nível de incumprimento tem uma elevada concentração nos anos de 2014 e 2015, mas estas operações "estão a resolver-se".

E deu como exemplo a resolução este ano de um destes créditos: "Conseguimos recuperar 9 mil milhões de kwanzas de crédito que estava em incumprimento e, com isso, o nosso custo de risco à data é altamente negativo".

Quanto à performance do banco esperada para este ano, disse que decorre neste momento o processo de auditoria às contas semestrais, e que tudo aponta para que se cumpra o caminho já traçado, embora reconheça que  há "riscos vários" que implicam uma "gestão muito conservadora" do banco.

O banco vai dispersar em bolsa 25% do seu capital, actualmente nas mãos da Sonangol, pelo que vai alterar em breve a sua composição accionista.

O Estado português, através da Caixa Geral de Depósitos, é actualmente o maior accionista do Caixa Angola (51%), sendo o restante capital distribuído pelos empresários angolanos António Mosquito e Jaime Freitas (12% cada um), Sonangol EP (24%) e Sonangol Holding (1%).

                                                                                                                                           Lusa