MAIS DE 3 MIL EM CIRCULAÇÃO

Carros eléctricos ganham terreno em Luanda

19 Jan. 2022 Economia / Política

Mobilidade.  Considerados ‘amigos do ambiente’, carros eléctricos ganham espaço no mundo e em Angola já há pelo menos três mil a circular, estando previstos mais dois milpara breve. Governo tem uma comissão multissectorial a trabalhar no sentido de criar as condições de circulação destes meios.

Carros eléctricos ganham terreno em Luanda

Já há aproximadamente três mil carros eléctricos a circular na capital. Os primeiros chegaram ao país em Janeiro de 2020, através da empresa Chinangol para o serviço de táxi do aplicativo T’Leva, que tem 800 viaturas cadastradas na plataforma e outros mais de dois mil pertencem a pessoas singulares.

Os carros eléctricos são considerados, em todo o mundo, “amigos do ambiente” e tem os preços mais baixos’, face aos concorrentes movidos a gasolina e a gasóleo. Os primeiros que chegaram ao país são da marca Ledo EV, produzidos pela Ledo Holding, ‘um dos maiores fabricantes de viaturas eléctricas na China’’. E resultaram de um investimento de 22 milhões de dólares.

A Chinangol prevê, para Fevereiro, a aquisição de mais duas mil viaturas da mesma marca para serem comercializadas a nível nacional. Os carros são vendidos em um único pagamento, 7,5 milhões de kwanzas, mas também podem ser comprados em duas prestações, com uma parcela inicial de 1,8 milhões de kwanzas.

O director comercial e de marketing da T’Leva, Wilson Ganga, refere que os carros eléctricos têm vantagens pelo facto de serem “baratos e económicos e, pelo facto de não usarem combustível, não poluem o meio ambiente”.

Os clientes que compram os carros têm direito à manutenção de dois anos e um carregador. A empresa tem já definidos três pontos de carregamento localizados nas bombas da Pumangol do Rocha Pinto, Patriota e Nova Vida, onde, através de um cartão electrónico que custa entre mil e 5 mil kwanzas na empresa, o motorista consegue carregar automaticamente nestes pontos, assim como podem também ser carregados em casa.

Wilson Ganga conta que existem dois tipos de carregamentos, o lento (feito em casa com energia trifásica), com duração de oito horas, e o carregamento rápido com duração de 40 minutos, que é feito nos pontos de carregamentos com o cartão.

As viaturas podem atingir a velocidade máxima de 140 km/hora, enquanto a bateria tem a capacidade de percorrer a distância de até 120 km. “Quanto mais acelera, mais consome a carga”.

Ambrósio Pedro, cliente particularque usa o carro há 10 meses, garante não ter queixas. “Todo o meio é frágil quando não é bem cuidado, assim é o carro. Estou com o meu há 10 meses e não tenho queixas, até porque é um carro confortável”, assegura.

PR ORIENTA CRIAÇÃO DE CONDIÇÕES

Em Janeiro de 2021, o Presidente da República ordenou a criação de uma comissão multissectorial, coordenada pelo ministro dos Transportes, que ficou encarregada de criar condições legais, administrativas e operacionais, que permitam a implementação do sistema de electromobilidade em Angola. “Pode constituir um passo significativo para a colocação de Angola na vereda do crescimento e desenvolvimento tecnológico”, defendeu o Executivo.

A comissão, coordenada por Ricardo d”Abreu, integra ainda a ministra das Finanças e os ministros da Administração do Território, da Energia e Águas, do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, da Cultura, Turismo e Ambiente, dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, e da Indústria e Comércio. Entre as suas atribuições, ficou com a responsabilidade de apresentar a estratégia do Executivo para a electromobilidade e propor o enquadramento legal adequado para execução da estratégia.

Ao Valor Económico, uma fonte do Ministério dos Transportes afirmou que a comissão poderá apresentar o relatório “nos próximos tempos”. Tendo em contaos 180 dias dados por João Lourenço, a comissão deveria ter entregado o documento até Julho do ano passado, pelo que, feita as contas, já leva pelo menos seis meses de atraso.