ESPECTÁCULOS MARCADOS PARA 14 ATÉ 24 DE JUNHO

CDC estreia ‘O Monstro está em Cena’

11 Jun. 2018 Marcas & Estilos

DANÇA. Há 27 anos que a prestigiada Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC) tem brindado o público com espectáculos atraentes. Este ano, não vai ser diferente, com a estreia nesta quinta-feira, à temporada 2018 com a peça ‘O Monstro Está em Cena’. Ana Clara Guerra Marques, directora artística da companhia, adianta que o espectáculo é uma “crítica à prepotência, ao preconceito e ao egoísmo do ser humano”.

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Celebrar a diferença, procurar o novo e defender a liberdade criativa constituem a principal marca da Companhia de Dança Contemporânea (CDC), que estreia a peça ‘O Monstro Está Em Cena’, de 14 a 24 de Junho, no Centro Cultural Português, em Luanda.

De acordo com a directora artística da companhia, Ana Clara Guerra Marques, o espectáculo é “uma crítica à prepotência, ao preconceito e ao egoísmo do ser humano”, bem como “aos sistemas políticos que fomentam a guerra, a xenofobia, a desigualdade e a repressão e impedem a circulação e a liberdade de expressão”.

Para a temporada de 2018, a CDC regressa à linha de trabalho de intervenção, propondo um “confronto com a sua própria realidade social, contrariedades e condição de cidadãos de universos que se interceptam num mundo onde as barreiras geográficas e culturais voltam a acentuar-se”, explica Ana Clara Guerra Marques.

Além de o corpo e o movimento natural constituírem o elemento catalisador da mensagem e o recurso à imagem, o prolongamento de uma não narrativa onde todas as interpretações são prováveis, a peça dá ao público a possibilidade de escolher entre um ser humano animalesco, robotizado ou de instintos primitivos e um ser humano bom, sonhador, capaz de respeitar e fazer reinar a paz entre si e o seu semelhante.

Coreografada por Nuno Guimarães e Ana Clara Guerra Marques, o espectáculo vai ser exibido às quintas e sextas às 19h30 e sábados e domingos às 18h30. Os bilhetes estão a ser comercializados a 5.000 kwanzas.

Divulgar, surpreender, ensinar, provocar e contribuir para a educação estética do público, trazendo-o à apreciação das artes são os grandes objectivos desta companhia angolana, para o que complementa a sua acção artística com a realização de ‘workshops’, seminários, palestras, encontros, aulas abertas e outros programas de educação e divulgação da dança.

Espectáculos

Hoje, com 27 anos de existência, a CDC procura a internacionalização como forma de validação do seu trabalho no exterior onde é reconhecido. Colecciona espectáculos como ‘Culpa’ (1992); ‘Imagem & Movimento’ (1993), ‘Palmas, por Favor!’ (1994); ‘Neste País...’ (1995), ‘Agora não dá! ‘Tou a Bumbar...’ (1998), ‘Os Quadros do Verso Vetusto’ (1999), ‘O Homem que chorava sumo de tomates’ (2011), ‘Solos para um Dó Maior’ (2014), ‘Ceci n’est pas une porte’ (2016) e, agora, ‘O monstro está em cena’ (2018). Além das apresentações no país, a CDC já se exibiu em 15 países e 31 cidades, em África, América, Europa e Ásia.

27 anos de dança

A Companhia de Dança de Angola foi fundada em 1991, edificou-se, através de um percurso de inovação e singularidade, uma história exclusiva que faz dela um colectivo histórico e único, num contexto artístico que permanece “frágil, conservador e fortemente cunhado pelas danças patrimoniais e recreativas urbanas e pela ausência de um movimento de criação de autor, no plano da dança”, lê-se nos prospectos da companhia.

Em 2009, tornou-se numa companhia de dança inclusiva, inaugurou, em Angola, o regime de temporadas e criou uma linha de trabalho que, dispensando as narrativas de estruturação convencional, dando preferência às propostas que confrontem o público com as suas próprias histórias, com os aspectos do seu quotidiano, das suas realidades sociais, da sua condição de cidadãos de universos que se cruzam.