Ceja atribui 30 motorizadas colectivas a jovens desempregados
EMPREGO. Associação investiu 13 milhões de kwanzas na compra das motorizadas agora sob gestão de uma empresa associada. Jovens beneficiários sentem-se regozijados por terem sido os escolhidos num universo de mais de 50 candidatos, mas apelam a entidade gestora para não fixar uma taxa de entrega diária “muito alta”, para não “prejudicar” não só os condutores, mas também os meios.
O Conselho Empresarial Juvenil de Angola (Ceja) comprou e atribuiu 30 motorizadas a igual número de jovens desempregados, visando o exercício de serviço de táxi, no âmbito do projecto ‘Minha estrada meu sustento’, iniciado no mês passado.
Os motociclos, todos da marca Kawasaki, custaram no total 13 milhões de kwanzas, e têm capacidade de transportar seis pessoas de tamanho médio, além do condutor. São motas com cobertura na parte superior, frequentemente usadas na Índia, China e nalguns países da Europa.
Numa primeira fase, as motas vão circular apenas no interior do distrito do Kilamba, sendo que o Ceja prevê atribuir mais 120 motorizadas até ao final do ano, que poderão circular no Cazenga, Sequele entre outros.
Ao VALOR, Adilson Neto, presidente do Ceja, explica que cada corrida terá um preço fixo de 100 kwanzas, e que neste momento estão a estudar que montante diário os beneficiários deverão apresentar à empresa. “Os jovens já fizeram um ensaio de táxi, mas continuam a receber formação específica, visando educa-los sobre ética na condução e como lidar com os passageiros”, esclarece o líder associativo. De acordo com o contrato entre a empresa e os jovens recém-empregados, os operadores terão um salário mensal de 35 mil kwanzas, além de, ao longo da semana, terem um dia exclusivamente reservado para si.
Durante o acto de entrega das motorizadas, os beneficiários manifestaram-se regozijados por terem sido escolhidos num universo de mais de 50 candidatos e prometem trabalhar “com afinco”. No entanto, apelam ao Ceja e a empresa gestora para não fixarem uma taxa de entrega diária “muito alta”, que os possa impelir a forçar as motorizadas.
Erton Cateco, um dos beneficiários, que, à semelhança de muitos, se encontrava desempregado há mais de três anos, considera que o “mais importante” para o Ceja não “deve ser a cobrança” diária, mas a conservação das motorizadas por “mais tempo”. O jovem prefere não apresentar propostas de quanto devem entregar por dia, mas espera que não seja uma taxa que ultrapasse os seis mil kwanzas.
JLo do lado errado da história