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ANTÓNIO DA CONCEIÇÃO, ADMINISTRADOR DO CFM

“CFM só será rentável quando arrancar a exploração do ferro de Cassinga”

17 Apr. 2017
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Grande Entrevista

O Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) que une, num percurso de 900 quilómetros de linha, as províncias do Namibe e do Kuando-Kubango, atravessando a Huíla, transporta actualmente mais de 90 mil pessoas, cinco mil toneladas de carga e factura 30 milhões de kwanzas por mês. Os números, ainda assim, estão abaixo das expectativas devido aos elevados custos operacionais. Uma reviravolta nos resultados deverá somente acontecer com o arranque da mina de ferro do Cassinga, disse, em entrevista ao VALOR, um dos administradores executivos da empresa, António Conceição.

 

O CFM recebeu recentemente novas locomotivas da empresa norte-americana General Electric. Até que ponto esse investimento aumentou a capacidade de transportação da empresa?

Actualmente, as seis locomotivas geridas pela empresa fazem dez frequências semanais em composições mistas (carga e passageiros) entre o Lubango e Menongue e uma semanal, para carga comum, entre o Lubango e o Namibe, onde os produtos mais transportados são, entre outros, os combustíveis, a madeira e minérios (granito). A actual frota tem uma capacidade para transportar 1.500 toneladas de ferro por viagem e poder-se-á fazer entre três e quatro trajectos/dia para o Porto do Namibe. O percurso mais rentável é o Lubango – Namibe, devido à frequência de carga transportada para e a partir do Porto do Namibe, pois mais de 70% da carga que chega àquele porto tem como destino o Lubango, mas sem o transporte de passageiros.

Há alguma razão, em particular, para que a empresa não aposte no transporte de passageiros do Lubango ao Namibe?

Não transportamos passageiros do Lubango ao Namibe por uma questão de competitividade com os autocarros, porque, neste trajecto por estrada, são 180 quilómetros, mas de comboio são 243 quilómetros, devido ao contorno à Serra da Leba. Portanto, é economicamente inviável.

E no sentido contrário, ou seja do Namibe ao Lubango, ocorre a mesma situação?

Do Namibe ao Lubango as composições do CFM fazem o transporte de carga, mas dependem muito dos fretadores. Do Namibe, por haver o Porto, origina grande parte da carga que se transporta, como os combustíveis e o gás. Mas para lá, seguem a madeira do Kuando-Kubango e o granito da Huíla, tudo carga objecto de exportação.

O projecto industrial de Cassinga, que já foi explorado pelo CFM na época colonial, continua a ser uma das grandes apostas da empresa, visando a sua rentabilização?

A empresa aguarda ansiosa pelo início da exploração do ferro de Cassinga, pois consideramos que só neste período ela (a empresa) será rentável. No quadro da prospecção feita há cinco anos, acumularam-se dois milhões de toneladas de ferro bruto na Jamba, que precisam de ser exportadas, mas a falta de vagões adaptados impede que isso seja feito. Na fase da exploração plena do ferro de Cassinga, na época colonial, havia uma frequência de 16 comboios de carga mineral/dia para o Porto do Namibe, a partir do município da Jamba mineira, estando, por isso, a preparar-se para responder à procura.

Além de Cassinga, que outros projectos estarão à vista visando a rentabilização da empresa?

Em breve, as locomotivas do CFM terão o monopólio do transporte do granito da Huíla para o Porto do Namibe. Este projecto está a ser articulado entre os governos da Huíla e do Namibe, assim como com os sectores de geologia e minas e a empresa de transportes ferroviários como operadores da zona. A empresa está a investir na construção de infra-estruturas, como uma estação de carga na comuna da Arimba, no Lubango, que é uma espécie de entreposto que vai servir como ponto de origem dos blocos de granito, com capacidade de 40 toneladas cada um, e outro no Sacomar, no Namibe, que servirá de destino.

Pode precisar quando é que efectivamente o CFM terá o monopólio do transporte do granito?

Essa transportação, na verdade, já acontece, mas o CFM espera que seja exclusiva até ao final deste semestre, quando estiverem bem afinados os seus procedimentos. Nessa altura, o CFM vai solicitar a quem de direito que o transporte deste minério seja proibido na componente rodoviária, tendo em conta os riscos de degradação das estradas e de acidentes. Até hoje, este serviço só não é exclusivo do CFM porque os produtores apresentaram algumas preocupações como o custo do frete, que se fixara ao equivalente a 15 dólares por tonelada em tempos idos, mas o actual ficou-se pela metade, ou seja o que equivalente a 7,5 dólares.

Considera este preço ajustado?

É um preço consensual, pois é um esforço conjunto e intersectorial. Até porque o Porto do Namibe também baixou os custos portuários, o que torna equilibradas as contas de exportação dos produtores.

Quando é que arranca o comboio expresso entre o Namibe e o Kuando-Kubango?

Até ao final do primeiro semestre deste ano, com a recente chegada de novas locomotivas adquiridas à General Electric, o CFM deve lançar o seu primeiro comboio-expresso que vai ligar as três províncias, com menos tempo de viagem. É um comboio rápido que tem uma pendente turística. Estamos a projectar que seja quinzenal e vamos trabalhar com as agências de viagens e outros operadores afins. Do Namibe a Menongue, onde temos 56 estações, haverá somente quatro paragens, olhando pela rapidez da origem ao destino.

Os resultados da empresa, até aqui, correspondem às expectativas, tendo em conta os recentes investimentos?

Os resultados alcançados, até ao momento, ainda estão aquém da projecção esperada, pois os preços em passageiros feitos actualmente ainda são vigiados, à volta de 1.750 kwanzas por pessoa no percurso Lubango – Menongue, onde se gastam à volta de 2.500 litros de gasóleo por viagem.

Qual é a actual facturação da empresa?

Ronda actualmente os 30 milhões de kwanzas, mas ainda não satisfaz as necessidades orçamentais da empresa, pois, como disse, a tarifa dos bilhetes fixa-se no regime de preços vigiados e então é subvencionada, tornando difícil cumprir com as despesas operacionais da empresa.

Quais são as necessidades anuais da empresa, em termos de orçamento?

As nossas necessidades anuais fixam-se em pelo menos três biliões de kwanzas, como orçamento confortável para aquilo que são as despesas correntes e de investimento, sendo que o Estado assume 75% das necessidades operacionais, numa empresa com mil e 460 trabalhadores colocados nas províncias.

Neste momento, o que mais preocupa a direcção do CFM?

São as peças sobresselentes, porque parte da frota actual é de origem chinesa e outra indiana, o que obriga a que os acessórios necessários para as reparações e manutenções sejam objecto de exportação. Com as dificuldades cambiais do mercado, a situação fica mais difícil.

Que tratamento é que foi dado à população circunvizinha ao traçado do CFM, depois desta infra-estrutura ter sido reabilitada e modernizada?

O projecto de reabilitação e modernização do CFM permitiu a montagem de um sistema moderno de sinalização da linha-férrea e a construção de obras auxiliares, sendo 691 residências e 12 dormitórios para os trabalhadores, ao longo de toda a linha-férrea. Foram também construídas quatro escolas, uma creche e um posto médico em algumas localidades ao longo do traçado, sete armazéns com cais, 17 apeadeiros e dez lavabos públicos, bem como foram reabilitadas as oficinas e alguns parques de estacionamento das estações.