EM VISTA A PRÓXIMA CIMEIRA DO G20

China apela para uma globalização mais “inclusiva”

15 Aug. 2016 Sem Autor Mundo

Responsáveis chineses assinalaram esta segunda-feira para a necessidade da construção de uma globalização mais "inclusiva", sem sectores sociais que se sintam prejudicados. Este é um dos grandes objectivos tendo em vista a próxima Cimeira do G20, que se realiza nos dias 3 e 4 de Setembro.

O encontro entre os líderes das 20 maiores economias do planeta está marcado para Hangzhou, capital da província de Zhejiang, na costa leste da China.

O vice-ministro chinês das Finanças, Zhu Huangyao, numa conferência de imprensa dedicada aos objetivos do país anfitrião da Cimeira afirmou hoje que "é necessário criar um sentimento de maior satisfação, que as pessoas sintam que também são beneficiadas", informa a Lusa.

O encontro, que ocorre no Centro de Exposições Internacionais de Hangzhou, terá como lema "Avançar para uma economia mundial inovadora, vigorosa, interconectada e inclusiva".

De acordo com o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Li Baodong, "o objectivo é oferecer novas direções para a economia mundial" e "alterar as soluções a curto prazo para a crise, por medidas sistemáticas de longo prazo", afirmou Li confirmou que o presidente da China, Xi Jinping, será o anfitrião da cimeira, e que, à margem do evento, realizará reuniões bilaterais com membros do G20, além de uma reunião informal dos BRICS, o bloco de grandes economias emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A China espera ainda que a cimeira sirva para delinear um "Plano de Hangzhou", visando enfrentar os novos desafios globais. "Num momento em que faltam forças impulsionadoras, devemos promover reformas estruturais e oferecer novas soluções para um crescimento robusto, sustentável e equilibrado", assinalaram hoje os representantes do Governo chinês.

Durante as reuniões, Pequim continuará a pressionar para que haja uma reforma no sistema de cotas na governação do Fundo Monetário Internacional (FMI), que dê maior voz às economias emergentes e em desenvolvimento.

A cimeira ocorre num momento de incerteza face aos efeitos adversos da globalização nas economias desenvolvidas, algo que, segundo os observadores, explica fenómenos como o ‘brexit' - a saída do Reino Unido da União Europeia - ou a ascensão de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos da América.