China ‘salva-se’ na guerra comercial com os EUA
COMÉRCIO. Economista estima que, apenas a partir do próximo ano, o conflito começará a afectar as exportações chinesas. Governo criou medidas para minimizar os prejuízos, apostando na Agricultura.
Liu Yaxim, economista da consultora de investimentos China Merchants Securities, estima que as disputas comerciais entre a China e os EUA ainda não afectaram as exportações chinesas.
Na análise de Liu, as anunciadas medidas do governo sobre benefícios fiscais aos exportadores agrícolas vão ajudar a aumentar as margens de lucro dos exportadores, especialmente as dos pequenos. “Mas o que importa no final é a procura externa”, pondera Liu.
Analistas consideram que, no próximo ano, as exportações da China enfrentarão resistência no cenário global com a adopção de sobretaxas ainda mais altas impostas pelos parceiros comerciais.
O Ministério das Finanças da China anunciou, na passada quinta-feira, o aumento de taxas de restituição de impostos de exportação de produtos agrícolas e de consumo. A medida, segundo o Governo, é um esforço para ajudar os exportadores, apesar do sólido crescimento das vendas externas.
As taxas de restituição de alguns alimentos, como mel e batata doce, serão aumentadas de 5% para 10%. A medida engloba também produtos de consumo.
A partir deste mês, a restituição do imposto de exportação de alguns produtos, como iluminação e vidro temperado, será aumentado de 13% para 16%, segundo os serviços aduaneiros. Desde Setembro, o governo chinês já oferece descontos em produtos mecânicos e de papelaria.
O governo revelou também que vai cancelar a restituição de impostos para a exportação de farelo de soja. A medida visa desestimular a exportação para melhorar a oferta doméstica. “Essa acção deve reduzir apenas modestamente o aperto da oferta doméstica de derivados de soja. Mas a China vai continuar a ser um importador líquido de produtos de soja apesar desses esforços”, avalia Liu. Sector rentável A agricultura é um dos sectores mais rentáveis para a economia chinesa. Mais de 300 milhões de pessoas estão, de alguma forma, ligadas às actividades agrárias.
O país produz trigo, arroz, batata, amendoim, milho, algodão e muitos outros produtos. Isso faz com que tenha o maior rendimento se comparado a outros países no mundo mesmo que apenas 15% do total das terras chinesas sejam consideradas cultiváveis. Os dados indicam que o trigo é o segundo produto mais importante do sector e cresce em quase todas as partes. As colheitas são igualmente muito comuns. Outros produtos importantes são as batatas, cultivadas e colhidas em várias espécies diferentes. O óleo das sementes ocupa igualmente uma posição importante nas exportações.
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