Comércio Livre em África pode beneficiar 1,2 biliões de pessoas
A zona de Livre Comércio Continental (ZLEC), que será proclamada quarta-feira, perspectiva criar um mercado de 1,2 biliões de consumidores, com a elevação do comércio intra-africano de 16 para 53%, disse domingo, em Kigali, o embaixador Arcanjo do Nascimento.
O diplomata angolano, um dos representantes de Angola na reunião de peritos que se realizou sábado em Kigali para preparar o Conselho Executivo e a Cimeira extraordinária da União Africana, lembrou de haver muitas barreiras ao comércio em África, daí só existir 16 % na relação comercial intra-africana.
Para o embaixador, este cenário contrasta com os 19% na relação comercial com a América Latina, 51% com a Ásia e os 70% com a Europa, pelo que se cria a ZLEC para reverter este estágio, tendo também elogiado o acordo por promover a competição entre empresários africanos a nível transfronteiriços, deixando de estar confinados a um pequeno grupo de países.
Arcanjo do Nascimento explicou que a criação da Zona de Livre Circulação Continental implica a existência do acordo de Livre Circulação de Pessoas e Bens, para que se eliminem as barreiras do mercado intra-continental.
“Se estamos a instituir o livre comércio, também temos que facilitar a movimentação dos actores do comércio, que são os empresários africanos”, defendeu o diplomata, mostrando que no cenário actual, um africano que queira fazer negócio no continente terá que ter visto para todos os países onde tenha interesses. “É preciso eliminar essas barreiras, senão vamos ter problemas burocráticos.
É preciso facilitar as questões migratórias, é preciso haver uma maior mobilidade da força de trabalho inerente ao livre comercio”, recalcou Arcanjo do Nascimento.
No próximo dia 21 está prevista, em Kigali, a Cimeira Extraordinária da União Africana para os chefes de Estado e de governos sancionarem a criação da Zona de Livre Comércio Continental.
O Presidente angolano, João Lourenço, deverá estar presente na actividade, pois Angola é um dos países que defende a existência desta comunidade. Antes, na segunda-feira, haverá o Conselho Executivo da União Africana.
JLo do lado errado da história