A proposta de Angola formulada à FAO para a preparação e adopção de Directrizes Técnicas sobre as perdas pós captura foi, na quarta-feira, levada em considerada na 32ª sessão plenária do Comité das Pescas (COFI), a decorrer de 11 a 15 deste mês, em Roma.

A ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, ao intervir na sessão plenária do Comité das Pescas, referiu-se às elevadas perdas de peixe pós captura, “pois representam um desperdício entre 9% e 15% a nível mundial e em África entre 20% e 25% das capturas da pesca artesanal”.

Ao apresentar a proposta de Angola, que conta com o apoio dos países africanos, da Noruega e dos Estados Unidos da América, a governante fez alusão ao sucesso registado com o projeto-piloto da pesca artesanal continental, numa das províncias do interior, com uma forte componente ligada às perdas pós captura, e que será replicado noutras províncias.

As “Directrizes Técnicas”, que serão apreciadas em consulta técnica dos Estados membros, antes da sua aprovação pelo próximo Comité das Pescas, enquadram-se, segundo a ministra, no âmbito dos esforços tendentes a diminuir “a percentagem elevada de perdas pós-captura e canalizar-se mais e melhores produtos para os consumidores”.

Referiu-se igualmente ao “Acordo sobre as medidas do Estado do Porto para prevenir, impedir e eliminar a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, que Angola assinou e espera em breve poder ractificar. O mesmo entrou em vigor em Junho de 2016, após a ractificação por 30 país, sendo nove africanos.

Recordando o contributo de África no conjunto dos países em desenvolvimento que representam 60% do comércio internacional do pescado, a directora nacional das Pescas, Maria de Lourdes Sardinha, apelou à ajuda para as áreas ligadas ao melhoramento dos sistemas de informação com vista a facilitar o comércio.

O COFI, órgão auxiliar do Conselho da FAO, foi criado pela conferência da organização no seu 13º período de sessões, em 1965, e é o único fórum mundial intergovernamental, no qual são analisados os principais assuntos e problemas internacionais da pesca e aquicultura.