Coopera dispõe de 220 milhões de kwanzas para o mercado
MICROCRÉDITO. Entidade financeira do Fórum de Jovens Angolanos Empreendedores já disponibilizou em crédito um total de 29,5 milhões de kwanzas, durante o primeiro trimestre do ano, e prevê, para até ao final de 2020, emprestar a comerciantes e pequenos empresários o mesmo valor que disponibilizou em 2019.
A cooperativa de crédito ‘Coopera’, criada há um ano pelo Fórum de Jovens Angolanos Empreendedores (Faje), dispõe de 220 milhões de kwanzas para financiar projectos empresariais ou satisfazer necessidades pontuais, como a compra de artigos domésticos ou material de escritório. No ano passado, a entidade disponibilizou o mesmo valor em crédito a pequenos investidores.
Ao VALOR, Carlos Mendonça, director administrativo e financeiro da Cooperativa, considera o ano económico 2019 positivo, porquanto a entidade registou um reembolso de mais de 96% das prestações.
No entanto, apesar de o ano económico passado ter sido “satisfatório”, a entidade não conseguiu atingir um dos principais objectivos, que passava por colocar um total de 500 milhões de kwanzas no mercado. Entre outras, Carlos Mendonça justifica o facto com a fraca procura, e prevê que este ano se registem mais pedidos de crédito face à crise, que, na maioria dos casos, força os empreendedores a recorrerem a empréstimos para reforçar o negócio.
Carlos Mendonça explica que a entidade já disponibilizou em crédito mais de 29,5 milhões de kwanzas, durante o primeiro trimestre deste ano. Valor que garante ser superior em relação ao montante disponibilizado nos primeiros três meses de 2019, mas cujo total não precisou.
Requisito para a obtenção de crédito
Para beneficiar de um crédito na Coopera, o requerente deve ser membro da cooperativa e do Faje, a entidade detentora da Coopera, bem como ter as quotas em dia. Ao nível do Faje, os membros pagam uma quota anual de seis mil kwanzas, sendo que, na Coopera, os associados singulares pagam uma participação mensal de cinco mil kwanzas e os colectivos 15 mil kwanzas.
Carlos Mendonça justifica a exclusividade de concessão de crédito a membros da entidade em respeito aos normativos do Banco Nacional de Angola sobre o sector financeiro não-bancário, que determinam que as cooperativas de crédito devem operar “para o desenvolvimento dos associados”.
Ao contrário do que ocorre com as empresas de microcrédito, as regras do BNA não limitam o montante em crédito que as cooperativas podem conceder por entidade, sendo que cada cooperativa deve aprovar os pedidos de acordo com a sua capacidade financeira. Na Coopera, por exemplo, os créditos têm um valor mínimo de 50 mil kwanzas, com taxas de juros de entre 3% e 8%, de acordo com os diferentes níveis de risco de cada negócio.
Redução da força de trabalho face à covid-19
Diferente de algumas instituições, a cooperativa não despediu ninguém, mas viu-se forçada a reduzir temporariamente a força de trabalho em 50%, como forma de prevenção da propagação do novo coronavírus. Os colaboradores seleccionados para trabalhar beneficiaram de uma formação sobre a covid-19, que inclui o atendimento ao cliente e a reacção a casos suspeitos.
JLo do lado errado da história