Cortiça minimiza alterações climáticas
CLIMA. A cortiça tem sido experimentada em diversas áreas, com resultados positivos. Agora, investigadores garantem que pode ‘salvar’ o ambiente.
Usar produtos de cortiça contribui para remover da atmosfera gases com efeito de estufa. A conclusão pertence à Universidade de Aveiro (UA), em Portugal, que coordenou o primeiro estudo a quantificar a pegada de carbono na cortiça.
A pesquisa concluiu que, por cada tonelada de cortiça produzida, o monte ‘capta’ mais de 73 toneladas de dióxido de carbono, o equivalente às emissões daquele gás libertadas para percorrer cerca de 450 mil quilómetros de automóvel.
Registou-se que a quantidade de dióxido de carbono retirada da atmosfera por um ecossistema de montado (sobreiros, solo e toda a restante vegetação característica dos montados) é, em média, de 177 árvores por hectare. Foi, também, avaliada a quantidade de gases com efeito de estufa emitida pela cortiça em Portugal, desde a floresta até ao destino final dos produtos, incluindo o respectivo processamento industrial. E o saldo, garante a Universidade de Aveiro, “é extremamente positivo” para o meio ambiente. “O sector de cortiça é um sumidouro efectivo de gases com efeito de estufa uma vez que o ‘sequestro’ de dióxido de carbono da atmosfera é bastante superior às emissões desses gases emitidos ao longo do sector, desde a floresta até ao destino final dos produtos de cortiça”, garante Ana Cláudia Dias, investigadora do Departamento de Ambiente e Ordenamento e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA e coordenadora do trabalho.
A capacidade da própria cortiça em reter o carbono absorvido durante o crescimento do sobreiro permite que constitua um reservatório de carbono ao longo do ciclo de vida, garantindo que, por cada tonelada de cortiça, duas de dióxido de carbono sejam ‘sequestradas’ da atmosfera.
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