Crise financeira dos estados-membros compromete orçamento da União Africana
Os estados-membros da União Africana (UA) enfrentam dificuldades em honrar compromissos financeiros com a organização, com destaque para pagamentos de quotas anuais. Por essa razão, segundo a ministra angolana das Finanças, a maior organização de países africanos está a enfrentar problemas orçamentais.
Vera Daves pormenorizou que é, sobretudo, por causa do orçamento geral deste ano que a União Africana atravessa dificuldades, resultante da tendência da falta de pagamentos de 50% das contribuições estatutárias pelos Estados-membros. A ministra fez essas declarações quando presidia, por videoconferência, à reunião conjunta entre os membros do Comité Ministerial sobre a Escala de Avaliação e Contribuições e os membros do Comité Técnico de Peritos (F15), afectos à UA. A governante explicou que a fragilidade decorre não só da influência dos choques externos, que dão lugar a pressões económicas e financeiras em África, que ainda não se refez dos impactos da pandemia da covid-19, mas também das crises, conflitos e alterações climáticas, entre outros factores que se registam actualmente.
“A identificação das causas que originam as dificuldades supracitadas pressupõe também relembrar a noção do compromisso que temos com a nossa União Africana, caso queiramos apropriarmo-nos da sua agenda, que possui implicações diversas a nível continental e nacional”, afirmou Vera Daves.
A reunião foi dominada pela discussão das opções da Escala de Avaliação e das Contribuições da UA para o triénio 2024-2026. Durante o encontro, foi aprovado o projecto do relatório produzido pela reunião a nível de embaixadores, apresentado pelo representante permanente de Angola junto da União Africana, Miguel Bembe. Os resultados da reunião serão submetidos à 43ª sessão ordinária do Conselho Executivo da União Africana, a decorrer entre de 13 a 15 de Julho, em Nairobi, Quénia.
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