Cursos de engenharia vão ter currículos reformulados
REESTRUTURAÇÃO. Cursos técnicos leccionados nas universidades vão ser ajustados às necessidades do país. A partir de 2018, quem estudar electromecânica, por exemplo, terá mais horas de aulas práticas. O projecto é do Ministério do Ensino Superior com o apoio de França.
Os cursos de engenharias leccionadas nas instituições do ensino superior deverão, a partir do próximo ano, apresentar uma nova grelha curricular, no quadro de reestruturação que está a ser desenvolvida pelo Ministério do Ensino Superior (MES).
Trata-se, numa primeira fase, das engenharias electrotécnica, electromecânica, agrária e mecânica que vão beneficiar de instrução adequada para potenciar os estudantes conforme as necessidades das empresas, para facilitar o acesso ao primeiro emprego e responder às novas exigências.
De acordo com a coordenadora do projecto, Cármen dos Santos, que falava à imprensa à margem do seminário sobre ‘Desafios das formações tecnológicas superiores no contexto angolano’, realizado na passada semana, em Luanda, a iniciativa, que conta com a cooperação de empresas francesas e nacionais, beneficiou de um inquérito e de pesquisas para se preparar o currículo dos cursos no próximo ano académico (2018/2019).
Em declarações ao VALOR, a responsável avançou que a ideia é atribuir 80% da carga horária às aulas práticas, “uma realidade que as instituições de ensino superior ainda não experimentam nessa proporção e que já é bastante notável em universidades francesas”.
Os referidos cursos, quatro dos quais de licenciaturas e um de mestrado, foram seleccionados pelo MES e vão ser ministrados, inicialmente, em cinco universidades públicas. O mestrado, por exemplo, será leccionado na Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (UAN), em Luanda. As quatro licenciaturas serão ministradas nas universidades Kimpa Vita (UNIKIVI), no Uíge; Cuito Cuanavale (UCC), no Kuando-Kubango; Mandume Ya Ndemufayo (UMN), Huila e José Eduardo dos Santos (UJES), no Huambo.
Segundo Cármen dos Santos, os cursos foram pensados e estabelecidos para êxito com empresas como a Sonangol, Total, a Cuca BGI, entre outras. “Vamos colocar lado a lado a universidade e as empresas para que uma diga quais são as suas necessidades e a outra forneça o produto final, o técnico formado segundo as necessidades das empresas”, esclareceu, avançando que, no termo da formação, vão estabelecer uma ligação com as empresas e as parcerias públicas e privadas.
“Este tipo de projectos vem potenciar a organização, enriquecer os currículos no contexto da parte técnica, dos laboratórios da forma como as instituições se podem organizar e agrupar o conhecimento teórico a prática, desde as parcerias com as empresas que estão no mercado.
Já Conselheiro de Cooperação e de Acção Cultural da embaixada de França, Sébastien Vittet, reiterou o apoio que o seu país tem dado a Angola, adiantando que esta cooperação vai permitir a organização dos conteúdos pedagógicos de engenharia a nível dos institutos superiores tecnológicos e escolas superiores politécnicas.
Para esta empreitada, a embaixada francesa conta com peritos e envia bolseiros estudantes para França. “É uma cooperação antiga, com vários projectos e que tem surtido efeitos positivos”, concluiu.
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