Dirigente da Unita soube da nomeação pela imprensa
David Kissadila, dirigente da Unita, revelou ter sabido da sua nomeação para a comissão Entreposto Aduaneiro de Angola pela imprensa.
Quadro sénior, membro do 'governo-sombra' da Unita, David Kissadila rejeitou ser empossado para a comissão de gestão, criada para impulsionar a politica empresarial do Entreposto Aduaneiro de Angola.
O dirigente da Unita revelou ao VE ter ouvido primeiro que tinha sido nomeado por pessoas amigas e só depois pela imprensa. Garante ter ficado “surpreendido” com a nomeação e que entende que "não pode ser modelo indicar pessoas sem que estas sejam previamente consultadas". “Às vezes, a minha disposição não é aquela e depois cria essas polémicas todas. Não gostaria de ser um facto polémico para o país ou ser uma bandeira para ser usada para determinado fim”, justifica a recusa do cargo.
David Kissadila entende que “administrativamente as coisas não se processam assim. Isso é coagir. Isso não se faz. Sou quadro sénior do Ministério do Comércio. Mas quando se trata do Presidente da República é preciso que seja solicitado e que digam que têm esta intenção. Assim manifesto a minha disponibilidade ou não. Depois sou quadro da Unita. E podem consultar via partido. Se queremos construir uma Angola para todos e essa é uma filiação política podem consultar o presidente do meu partido”.
Além de David Kissadila, foram nomeados para integrarem a Comissão de Gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola, Eduardo Júlio de Almeida Machado, Afonso Mkaka, Patrício do Rosário da Silva Neto e João José, num único despacho em que o Presidente da República exonerou o Conselho de Administração nomeado em Dezembro de 2017, acabando assim, por cessarem funções, Ludgério de Jesus Florentino Pelinganga (presidente do Conselho de Administração), bem como os administradores Mariana da Luz Silva Santos, Bráulio Dias dos Santos Caetano de Brito, Fernando Silvério Pegado Sobrinho e Alice Paula dos Santos Neves.
David Kissadila refere ainda que é “boa” esta abertura de João Lourenço para ter um Governo inclusivo como o seu partido sempre defendeu, mesmo depois de João Lourenço ter referido que o MPLA ia governar sozinho. “Vender consciência para subir. Para atingir um estado ou função que podia ajudar o país é humilhação”, sublinha o dirigente da Unita
Outras nomeações polémicas
No Governo de João Lourenço, David Kissadila não é o primeiro que é nomeado sem ser consultado e que rejeita ser posse. O caso mais polémico foi o de António Paulo que foi nomeado ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, em 2017. Na altura, as notícias davam conta de que não tinha sido consultado. Na véspera da cerimónia de posse, não atendeu às chamadas para comparecer ao Palácio Presidencial.
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