E agora pergunto eu...
Seja bem vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, no final de uma semana em que a actualidade foi tomada pelos acontecimentos no aeroporto 4 de Fevereiro, quando uma delegação de cerca de 60 pessoas, com vários ex-presidentes e outras figuras da política internacional, como Venâncio Mondlane, ficaram várias horas retidas no aeroporto, algumas foram mandadas para trás, num show de musculação, deselegância e autoritarismo que é típico dos regimes que, como descrevia na semana passada neste espaço, ‘insistem em vestir o fato bonito da democracia que lhes fica pequeno e apertado demais’. “Vergonha” foi a palavra de ordem que se tornou cartão de visita nacional e que abafou outros acontecimentos que marcaram a actualidade como a queda de outro governo em Portugal o governo, desta vez por causa de uma avença mensal de 4500 euros a uma empresa do primeiro-ministro.

Nos EUA a guerra tarifária conheceu novos capítulos com as ameaças dos canadianos de cortes de energia a mais de 100 mil casas e negócios americanos a obrigarem à reconsideração das tarifas ‘trumpinanas’ e com a discussão entre oficiais de Trump, mais concretamente Marco Rubio, e o seu protegido Elon Musk que exigia mais cortes de staff – a ver vamos quanto dura aquela barca sem começar a ‘meter água’. Entre nós marcou a actualidade também o julgamento dos generais de JES, Dino e Kopelipa, que conheceu novos episódios em que se tornou mais evidente ainda o esforço hercúleo de apartar o ex-vice-presidente de acusações em que esteve no centro das negociações, expondo novamente a parcialidade na gestão do processo a favor de protegidos do poder. E passou despercebida uma vitória do ‘campeão da paz’ que acabou soterrada pela espalhafatosa gralha diplomática de maltratar a delegação que vinha para uma conferência sobre democracia e a quem o governo ofereceu de bandeja a maior publicidade provavelmente de sempre com manchetes em todo o mundo dizendo que “Angola nega entrada a ex-presidentes e a dignatários africanos”. O mesmo país que há alguns meses enclausorou os seus cidadão porque ia receber o presidente americano demissionários complexos?
O presidente que parecia ter conseguido ultrapassar o amuo com a mediação do conflito na RDC (que já tinha feito com que anunciasse o seu afastamento depois de Paul Kagame criticar o seu trabalho árduo dizendo que a mediação estava mais interessada em dar show do que em resolver o que quer que fosse) conseguiu uma reunião entre o governo da RDC e o M23 para discutir a paz em Luanda. Uma vitória sem dúvida – se acontecer porque já correm rumores que põem em causa a reunião - porque são as partes que interessam. Mas provavelmente uma vitória que terá um tempo de vida útil curto graças a Kagame que na mesma semana veio ridicularizar novamente o presidente da RDC dizendo que o dono da pizerria em que trabalhava na Bélgica como entregador de pizzas, pôs as mãos na cabeça quando soube que o seu ex-funcionário - que não era bom nem para fazer entrega de pizzas - se tornara presidente da RDC...
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