“É preciso destruir o ninho de marimbondos”
Presidente da República diz que está a enfrentar um “ninho de marimbondos”. Comentou assim a oposição que lhe tem sido feita. Mas não nomeou ninguém e voltou a prometer combater a corrupção.
Em Lisboa, João Lourenço recusou-se a fazer qualquer comentário à declaração de quarta-feira de José Eduardo dos Santos, sobre ter deixado nos cofres do Estado 15 mil milhões de dólares, escudando-se num argumento: estava no estrangeiro e não queria abordar assuntos internos. No entanto, numa mini-conferência de imprensa, na Presidência da República portuguesa, passou ao contra-ataque: “Neste combate à corrupção, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do maribondo. Tínhamos a noção de que íamos ser picados. Já começámos a sentir as picadelas. Mas isso não nos vai matar e não vamos recuar. É preciso destruir esse ninho”.
O Presidente da República não nomeou ninguém a quem dirigia a flecha envenenada nem a quem se destinava a metáfora. Isto horas depois de Isabel dos Santos, no Twitter, alertar para a possibilidade de haver uma “crise política”, por causa das posições de João Lourenço.
Apesar de garantir que não queria abordar questões internas, João Lourenço, mal subiu à tribuna da Assembleia da República portuguesa, reafirmou a intenção de “combater a corrupção e a impunidade”, prometendo “criar uma nova Angola, mais amiga do investimento privado e mais transparente”.
O combate à corrupção e a promessa de diversificar a economia dominaram parte do discurso de João Lourenço no Parlamento português.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...