Embaixador italiano queixa-se de entraves para investir em Angola
Embaixador italiano em Luanda identificou, na quarta-feira, dificuldades na obtenção de vistos e a falta de um voo directo entre Angola e Itália como entraves à promoção do investimento daquele país em território angolano.
Cláudio Miscia falava em Luanda num encontro de trabalho entre uma delegação italiana e empresários angolanos, durante o qual apontou a carência de divisas em Angola como o terceiro entrave à promoção dos investimentos de Itália.
"Os empresários italianos não conseguem pegar os vistos ou há um procedimento complicado", disse o diplomata, sobre as dificuldades na concessão de vistos por parte das autoridades angolanas.
A delegação de empresários italianos, do ramo da agroindústria, representa um universo de mais de 50.000 empresas italianas e um volume de negócios estimado em mais de 150 mil milhões de euros e está em Luanda a convite do Governo angolano, com o intuito de desenvolver parcerias no ramo com empresários locais.
Segundo o diplomata italiano, o ambiente de negócios em Angola apresenta possibilidades de crescimento e interesse para os investidores estrangeiros. Porém, disse, o primeiro problema é mesmo chegar a Angola.
"Uma vez que aos empresários que se encontram aí [em Angola] é fácil desenvolver os negócios", apontou Cláudio Miscia, durante o encontro promovido pela Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP) em Angola.
Fazem parte desta delegação italiana representantes da Confederação da Industria de Manufactura Italiana, da Confederação das Cooperativas Italianas, da Rede de Organizações de Promoção de Investimentos em Itália e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
A crise em Angola, que se agravou entre 2015 e 2016, reduziu em 30% o volume de comércio entre os dois países, apesar do potencial identificado, explicou o embaixador.
O diplomata lembrou que hoje a maior exportação de Angola para Itália é o petróleo, mas admitiu que no futuro possam ser produtos hortícolas ou fruta. Cláudio Miscia defendeu o desenvolvimento da agricultura familiar, “sem perder a propriedade da terra, tal como é o modelo italiano", disse ainda.
O diplomata defendeu também a criação de uma base de dados das mercadorias italianas que são importadas por Angola, já que estas "chegam por intermédio de outros países, principalmente Portugal e Espanha, mas são mercadorias italianas", sem entrarem na estatística de comércio entre ambos os países.
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