Emis assume avarias em 8% dos ‘multicaixas’
PAGAMENTOS ELECTRÓNICOS. Gestor da empresa que controla a rede de ATM revela ao VALOR haver uma taxa média de aparelhos avariados a rondar os 7 a 8%. Ainda assim, a empresa espera alcançar, até ao último dia de 2017, 11% no volume de transacções e 38% nos pagamentos com Terminais de Pagamento Automático.
A Empresa Interbancária de Serviços (Emis) admite haver, em todo o país, uma taxa média de ATM (Automated Teller Machine) parados a rondar os 8%, devido a falhas de electricidade, poeiras ou falha de comunicação, revelou ao VALOR o presidente da sua comissão executiva, José Gualberto de Matos.
A contribuir para a paralisação dos ATM está também a qualidade das notas, que, segundo a entidade gestora da rede dos também conhecidos ‘multicaixas’, pode levar ao bloqueio da saída de outras notas.
“Os ATM param sempre, porque apanham poeiras, além das notas de má qualidade, e, às vezes, quebras de energia e falhas na comunicação. Tudo isso provoca avarias”, avançou Gualberto Matos, para quem já estão em cima novos métodos de controlo dos aparelhos multicaixa.
A Emis estuda também a possibilidade de, aos fins-de-semana, aumentar a disponibilidade de dinheiro para os clientes dos bancos, pela introdução de mais máquinas, sobretudo na periferia das cidades, áreas que, como reconheceu a Emis, são desfavorecidas no que toca ao número de multicaixas.
“A periferia da cidade não está muito bem servida , precisa de mais ATM. E estamos a trabalhar com o Governo e o Banco Nacional de Angola (BNA), para aumentarmos o número de máquinas na periferia das cidades. Estamos a introduzir algumas melhorias operacionais, para ver se melhoramos um pouco. Se não aumentarmos o número de máquinas, não conseguimos aumentar dinheiro nas caixas”, sublinha Gualberto Matos.
Há quase um mês, a Emis reagiu a uma matéria do VALOR que denunciava operações mal sucedidas nos multicaixas e duplicação de operações nos movimentos realizados ao fim-de-semana, ao que a entidade justificou com “falhas de comunicação nos sistemas dos bancos ao fim- de-semana”.
De acordo com a Emis, muitos dos bancos que integram o sistema multicaixa têm ainda necessidade de encerrar os seus sistemas informáticos no final do dia e nos fins-de- semana para fecho contabilístico e acções de manutenção. “Nessas condições, para que possa ser garantida a continuidade de serviço aos titulares dos respectivos cartões, é a EMIS, na qualidade de processadora central, que autoriza as operações em lugar do banco, operações que só são reflectidas no sistema do banco quando este volta a estar online”, assume a empresa, gestora da rede multicaixa.
Das justificações da Emis, e segundo avançou o VALOR na edição de 18 de Setembro, consta a ‘queixa’ quanto à não actualização dos saldos de contas das operações ao multicaixa, no fim-de-semana, facto que a entidade assume, além de reconhecer que tal “pode confundir o titular do cartão” multicaixa.
Questionado sobre quando irá iniciar a instalação de novos ATM, sobretudo na periferia, o responsável da Emis responde “não temos ainda previsão exacta. São investimentos muito avultados e temos de coordenar bem isso com os bancos. E estamos a estudar a introdução de novos modelos para permitir encontrar soluções que não se baseiem apenas nos desenvolvimentos das agências bancárias. Os ATM estão muito ligados às agências bancárias”, projectou o CEO.
Até finais de 2016, a utilização dos meios de pagamento eletrónicos no mercado nacional manteve a tendência crescente. O número de cartões mutlicaixa activos aumentou de aproximadamente 3,4 milhões, em 2015, para 3,6 milhões em 2016.
As caixas automáticas e os terminais de pagamentos, por seu turno, registaram um crescimento de 5% e 10% respectivamente. O número de ATM aumentou de 2.776 em 2015 para 2.911, no ano passado, ao passo que os TPA fecharam 2016 nos 67.496.
TRANSACÇÕES NOS ATM AVANÇAM 11%
Apesar das avarias em multicaixas, Gualberto Mato antevê que, até 31 de Dezembro, o volume transaccional em ATM deve crescer 11% e o volume de pagamento nos terminais de pagamento automático (TPA) deverá crescer entre 35 e 38%. “O que está a acontecer está mais ou menos em linha com isto”, apontou o gestor da Emis. No ano passado, o número de transacções registou um crescimento global de 18% face a 2015, sendo que as transacções realizadas em ATM cresceram 11% e as efectuadas em TPA cresceram aproximadamente 41%.
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