Empresa de recuperação de dívida negoceia com dois bancos
CRÉDITO. Sistema da empresa permite a recuperação de crédito de instituições não bancárias.
A Positiva Bureau de Gestão e Serviços Financeiros, empresa especializada na gestão e cobrança de malparado, está a implementar um sistema para a cobrança de crédito de dois bancos.
Ao VALOR, Alcimere Noventa, directora de cobrança da Positiva, detalha que, após a apresentação do projecto a mais de 30 instituições, entre bancos e empresas prestadoras de serviços, dois já estão “com o processo bem avançado relativamente à instalação do sistema”, e que “a operação de cobrança já está a funcionar”.
Este serviço, inédito em Angola, mas bastante usado pelo mundo, é caracterizado pela utilização de métodos específicos para negociar a dívida de maneira amigável.
De acordo com estatísticas do Banco Nacional de Angola (BNA), a taxa do crédito malparado fixou-se, em Fevereiro, nos 35,7%, correspondentes a 1,8 biliões Kz.
Para Alcimere Noventa, esta elevada taxa deve-se ao facto de “a maior parte dos bancos não possuir um sistema de cobrança”, deixando este serviço a cargo da área comercial, que “tem como principal função vender e não cobrar”.
É precisamente por isso que a Positiva espera ter “sucesso”, já que tem como “único e exclusivo” foco a cobrança e recuperação do crédito. “Toda a nossa energia é colocada nisso, nós não dividimos os nossos afazeres como é o caso dos bancos.”
A empresa também actua na formação de pessoal e montagem de áreas e políticas de cobrança. E os ganhos só ocorrem em caso de sucesso na recuperação do crédito, sendo a empresa paga por comissão percentual que varia em função do tempo de vencimento do crédito, podendo ir dos 2 aos 30%.
A Positiva estima ainda lançar, em breve, estatísticas que revelem o percentual de recuperação de crédito nos diversos tempos de vencido, os principais motivos para a falta de pagamento, as formas de flexibilização mais aceites, entre outros que serão avaliados de acordo com o perfil dos devedores que recebem.
“Quem no fundo acaba por ter poder sobre o judicial...