Empresas assinam acordos para acesso a financiamento
Mais de 120 empresas começaram esta sexta-feira a assinar memorandos de entendimento com o Governo para aceder ao crédito da linha de financiamento de alívio económico, devido à covid-19, anunciou fonte oficial.
De acordo com o presidente do conselho de administração do Instituto Nacional de Apoio Às Micro, Pequenas e Médias Empresas (Inapem), Anito Agostinho, das mais de 1.900 empresas que se candidataram para a compra aos produtores nacionais 120 foram já apuradas.
O Governo tem disponível uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) de 17,6 mil milhões de kwanzas para financiar a compra dos operadores do comércio e distribuição aos produtores nacionais de produtos como o milho, mandioca, trigo, arroz, açúcar, couve, batata, entre outros.
Hoje, o Ministério da Economia e Planeamento angolano, representado pelo Inapem, deu início, em Luanda, ao ato simbólico sobre a formalização da concessão do crédito que se deve estender por todo o território nacional.
"Já fizemos a apresentação do mecanismo de operacionalização para a concessão e estamos neste momento já a formalizar a concessão do crédito", afirmou hoje Anito Agostinho no final da cerimónia de assinatura dos memorandos com os operadores.
Além da assinatura de acordos com os operadores de comércio e distribuição, o Inapem também convidou 10 empresas que no processo darão suporte aos produtores com o fornecimento de matérias-primas como sementes, pesticidas, fertilizantes, entre outras.
"São as empresas que hão-de colocar no país a disponibilidade dos produtos que os produtores precisam em termos de sementes, pesticidas e fertilizantes temos neste momento cerca de 10 empresas que aderiram ao nosso programa", explicou o responsável.
Para a importação de matérias-primas existe uma linha de crédito domiciliada no Banco de Poupança e Crédito (BPC) de 68 mil milhões de kwanzas.
As iniciativas enquadram-se âmbito da implementação das medidas de alívio económico aprovadas pelo Governo, a 9 de Abril, para "mitigar o impacto dos efeitos negativos" da pandemia na economia angolana.
Em declarações à Lusa, Raul Mateus, presidente do conselho de administração da empresa de comercialização e distribuição moderna de alimentos, valorizou a iniciativa do Governo considerando ser importante que se "potencie o produtor nacional".
"E se não houver capital numa altura destas torna-se mais difícil, isto vai estimular a produção nacional porque a distribuição vai comprar ao produtor nacional e vai estimular a sua capacidade de investimento para que aumentem as suas culturas", disse aos jornalistas.
Já o representante da Biocom Angola, empresa de bioenergia, Luís Gordílio, disse que a iniciativa do Governo vai contribuir para o "fomento e crescimento da produção interna", garantindo fornecer o excedente da sua produção de calcário dolomítico aos agricultores.
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