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Empresas chinesas salvam o Mundial da Rússia

09 Jul. 2018 António Nogueira Gestão

PATROCÍNIOS. Empresas chinesas aproveitaram a ausência de grandes marcas internacionais para somar pontos no marketing no Mundial da Rússia.Depois dos escândalos que envolveu a FIFA, foram elas que ajudaram a competição a ter lucro.

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A um dia do arranque das meias-finais e a seis da grande final do Mundial 2018, e com muitas equipas já fora da competição, as empresas chinesas continuam a somar pontos no capítulo do marketing, embora muitas delas sejam desconhecidas do grande público.

Na edição deste ano, pelo menos, quatro empresas de origem chinesa continuam a concentrar a atenção do público e tudo devido a uma forte aposta em publicidade, com anúncios que não param de ‘rolar’ nas placas que cercam o relvado. Entre essas companhias, destacam-se a Wanda, Hisense, Mengniu e Vivo.

Os chineses, que já manifestaram o total interesse de acolher o Mundial de 2030, ganharam maior visibilidade na competição deste ano, no marketing, aproveitando também o facto de grandes marcas internacionais, como a Sony, Johnson&Johnson, Castrol e Continental, terem decidido deixar de patrocinar a competição após os escândalos de corrupção que mancharam a imagem da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA).

O grupo Wanda rubricou com a organização um acordo de parceria que se estende até 2020, apesar dos escândalos de corrupção da FIFA sob a liderança de Joseph Blatter.

Liderado por Wang Jianlin, já considerado por duas vezes (2015 e 2016) o homem mais rico da China pela Forbes, o grupo Wanda opera sobretudo na área do entretenimento, produzindo filmes, séries e jogos. O conglomerado é também proprietário da AMC Entertainment, produtora norte-americana de séries como ‘The Walking Dead’, além de ser dono da maior rede de salas de cinema do mundo.

Na lista de aquisições também estão a fabricante britânica de iates de luxo dos filmes de James Bond e a companhia norte-americana de media Legendary Entertainment, responsável por superproduções como ‘Jurassic World’, ‘Batman’, entre outros sucessos cinematográficos.

Em Novembro de 2016, o grupo comprou também a produtora do Globo de Ouro e anunciou uma aliança estratégica de marketing e co-financiamento com a Sony Pictures.

Ainda assim, Wang Jianlin sempre pareceu não estar satisfeito com as conquistas já efectuadas. E esta ambição levou-o a criar, em 2018, o Wanda Studios, em Qingdao, uma iniciativa que, segundo a crítica, veio dar um outro alento ao desenvolvimento da cinematografia chinesa.

Até ao princípio deste ano, o Wanda Group detinha 17% do clube espanhol Atlético de Madrid, mas, devido ao elevado endividamento, os chineses decidiram vender a sua participação. Da parceria, restou apenas o seu nome no novo estádio da equipa: o Wanda Metropolitano.

Por outro lado, a Hisense, outra marca que dá nas vistas no Mundial da Rússia, desenvolve e fabrica aparelhos da chamada ‘linha branca’, como geleiras, ar-condicionado e televisores, quer com o rosto da sua própria marca, quer com outras.

Fundado em 1969, o grupo possui 18 filiais em todo o mundo e já foi um dos principais patrocinadores de algumas competições europeias, com destaque para o Euro 2016 e a equipa de futebol FC Schalke 04, da Alemanha.

No Mundial deste ano, outra marca chinesa que brilha na publicidade é a Mengniu Dairy, considerada a maior fabricante e distribuidora de lacticínios na China e conta com o astro argentino Lionel Messi como rosto de propaganda.

A fabricante de telemóveis Vivo é outra marca do ‘gigante asiático’ que dá o ar da sua graça no Mundial da Rússia. Faz parte do grupo BBK, um dos maiores do mundo, e que está a aproveitar a competição para anunciar o ‘Vivo Nex’, um ‘smartphone’ cuja tela ocupa toda a parte frontal e que esconde a câmara de ‘selfies’ através de um mecanismo que lembra um periscópio.

A Vivo chinesa, que aposta nos clientes de baixos rendimentos, alcançou recentemente o ‘top’ 5 global em vendas, tendo ultrapassado ‘gigantes’ já bem conhecidos como a LG, ZTE e Lenovo.

Além de ser um dos patrocinadores oficiais do Mundial deste ano, a fabricante de telemóveis chinesa já é também uma dos ‘sponsors’ do Mundial de Qatar, em 2022.

A FIFA possui 13 marcas patrocinadoras para a Mundial de 2018. Com isso, prevê-se que a facturação da entidade que gere o futebol mundial roce os cerca de 1,4 mil milhões de euros. O montante, no entanto, é 8,2% menor em relação ao último Mundial, realizado no Brasil, em 2014.