ENCIB deve mais de 100 milhões kz
A Empresa Nacional de Construção de Infra-estruturas Básicas (ENCIB) deve aos trabalhadores mais de 100 milhões de kwanzas relativos aos descontos da segurança social, montante que vem crescendo desde 2011, soube o VALOR da direcção de recursos humanos da entidade.
Excluindo os juros, as dívidas podem rondar entre os 140 e os 160 milhões de kwanzas, o que levou a empresa a considerar pagamentos parcelados ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Além do cumprimento de uma determinação legal, a intenção passa também por refrear os ânimos de pelo, menos, 20 trabalhadores reformados desde 2015, mas sem qualquer acesso aos subsídios do INSS desde então.
Ao VALOR, Maria Teresa, responsável do RH da empresa, mostrou-se preocupada com a sua situação social futura, e de colegas que caminham para a reforma. “Tenho estado a dizer aos colegas que a pessoa mais interessada em resolver a questão da segurança social sou eu”, sublinhou.
Maria Teresa justifica a dívida com o quadro de crise por que passa a ENCIB há já vários anos e por serviços não pagos por clientes, incluindo o próprio Governo Provincial de Luanda, que detém a construtora . Isso também foi confirmado pelo líder sindical da companhia, Raimundo Julião, que sublinha que a ENCIB tinha de escolher entre pagar salários ou descontar para a segurança social.
Atrasos geram greves
Além da crise com o INSS, a ENCIB debate-se com uma greve de trabalhadores que paralisou acima de 60% dos meios técnicos e humanos da empresa. Com panfletos e vários cartazes, um grupo de cerca de 50 profissionais de construção civil, entre os dispensados por reforma, bate-se para a requalificação das condições profissionais, num grupo de necessidades em que abona a exigência dos seis salários em atraso.Há um caderno reivindicativo que, entre sete pontos, destaca as exigências de pagamento de salários em promoções, utilidade das quotas sindicais, transparência na gestão de bens e os descontos à segurança social, que também estão em dívida.
JLo do lado errado da história