PROCESSO AINDA NÃO COBRE TODAS AS LOJAS DA EMPRESA

ENDE reconhece dificuldades ?na implementação da Taxa de Lixo

13 Feb. 2017 Empresas & Negócios

ELECTRICIDADE. Cobranças ainda não são possíveis em todas as agências, condicionadas pela instalação de novo sistema informático que deve estar concluída nas próximas semanas. ENDE admite resistência dos consumidores.

Detalhes técnicos estarão a comprometer a implementação, na plenitude, da ‘Taxa de Lixo’ que vigora há duas semanas só em Luanda. A execução do processo foi atribuída à Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) que, no entanto, reconhece, através de alguns dos seus responsáveis, que a empresa necessita de instalar um novo ‘software’ em todas as lojas ou agentes prestadores de serviços para o sucesso do projecto.

A ENDE possui, em Luanda, cerca de 200 lojas, incluindo agentes autorizados, mas a implementação do novo sistema de cobrança da ‘Taxa do Lixo’ só abrangeu 40 lojas até à passada quarta-feira, 8. Com a instalação do software, a empresa prevê cobrir todas as unidades comerciais nas próximas semanas, segundo avançou, ao VALOR, o director de tecnologias de informação e comunicação da ENDE, Isaías Uleca.

Apesar de o arranque do processo ter sido já oficialmente anunciado, Uleca esclarece que a especulação associada à não cobrança da taxa se deveu ao facto de, na semana passada, os clientes não terem encontrado as facturas nas lojas da empresa para efectuarem os pagamentos. Uleca assegura, no entanto, que “a situação está a ser contornada”, prometendo que, até ao final do corrente mês, o acesso às facturas estará totalmente garantido.

Além disso, explica que o processo de facturação é “um pouco demorado”, sendo que a empresa detém, em Luanda, 500 mil clientes cadastrados no sistema de Taxa de Serviço de Limpeza (TSL). No sistema antigo, a ENDE emitia diariamente 50 mil facturas, com o processamento de todas as facturas a durar 12 dias.

O director da ENDE explica, no entanto, que a migração para o novo sistema informático de facturação “não resulta da implementação da TSL”, uma vez que, no ano passado, a empresa já havia decidido apostar na unificação das duas bases de dados que detinha, já que resultou da fusão das extintas EDEL e ENE. “A implementação da TSL surge no meio deste processo. Optámos por inserir, primeiro, dentro do mesmo sistema, a cobrança da Taxa de Lixo, antes da total unificação dos sistemas que deve acontecer no final do segundo trimestre.”

Há duas semanas, o PCA da ENDE, Francisco Talino, já garantia que haviam sido criadas as condições, a nível do sistema de cobranças, para que os técnicos trabalhassem sem problemas. “O sistema está preparado para o serviço previsto e tivemos de fazer um reforço de processamento do sistema informático e comercial”, referiu, sublinhando que o Governo de Luanda vai criar outras modalidades de cobrança para quem não é cliente da ENDE.

A taxa de pagamento dos serviços de limpeza é uma orientação do decreto presidencial nº 107/16, diploma que estabelece o regime jurídico pelos serviços de recolha e tratamento dos resíduos sólidos, prestados pelas administrações municipais ou entidades equipadas.

Por sua vez, o director do gabinete de comunicação, marketing e relações institucionais da ENDE, Pedro Bila Afonso, diz estar a haver alguma resistência por parte dos clientes no pagamento da TSL. Admite que fazem muitos questionamentos, apontando que deve haver mais esclarecimentos sobre os reais benefícios da medida por parte do Governo de Luanda, ´o dono do negócio’.