ESPECTÁCULO MARCADO PARA 26 DE ABRIL, EM LUANDA

Entre a voz, o violão e a poesia

23 Apr. 2018 Marcas & Estilos

CONCERTO. Organização Kwatas&Koolies estreia o evento ‘Nesta Noite Improvisa-se’. A iniciativa surgiu para divulgar e promover a música alternativa angolana. Primeira edição conta com a participação de Aline Frazão, Unekka e Toty Sa’med. Mentores garantem que este vai ser um espectáculo “bastante imprevisível”.

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Os artistas angolanos Aline Frazão, Toty Sa’med e Unekka apresentam-se nesta quinta-feira (26), a partir das 19 horas, na LAASP, ex-Liga Africana, em Luanda, num concerto denominado ‘Nesta Noite Improvisa-se’. A iniciativa é do projecto Kwatas&Koolies.

Trata-se da primeira edição do concerto neste formato realizado pela Kwatas&Koolies. ‘Nesta Noite Improvisa-se’ foi criado essencialmente para promover a música angolana, especialmente a praticada por artistas da nova geração. O objectivo, segundo o porta-voz do projecto, Oivando Carlos, é “difundir um conceito alternativo das sonoridades de todas as partes do país e do mundo”.

A proposta da Kwatas&Koolies prevê que este seja um espectáculo “improvável”, a ser executado por três exímios instrumentistas, fazendo um ‘casamento’ entre voz, violão e poesia, com um misto de improvisação e experimentalismo. “Um concerto com sonoridades e conteúdos, que promete embalar o público em experiências singulares, fruto de atmosferas novas e inesperadas de ambiências rítmicas e sonoras”, garante o responsável.

Para este evento, a Kwatas&Koolies teve um custo de produção de cerca de um milhão de kwanzas e conta com o apoio de parceiros como o Traços Design, Nakenys Brothers, Fotochic, Actos e Cenas e a Fundação Arte e Cultura.

Mediante a recepção e aceitação do público a esta primeira edição do ‘Nesta Noite Improvisa-se’, os promotores vão definir melhor o próximo concerto, tendo já a previsão de levar aos palcos músicos como Totó, Gari Sinedima e Anabela Aya.

Os bilhetes vão serão comercializados a 5.000 kwanzas, na pré-venda, e 6.000 kwanzas, no dia do evento.

Dois anos de Kwatas&Koolies

Criado há dois anos por um grupo de jovens artistas, o Kwatas&Koolies é uma organização que trabalha na área de promoção e produção de eventos culturais e agenciamento de artistas e tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento da cultura artística nacional, através da promoção de actividades diversas.

Em volta da arte

‘Sou do género palavra’ com as poetisas Bel Neto e Elisângela Rita (Recital de ‘spoken word’);

‘Intimamente Acústico’ com Toty Sa´med (concerto intimista);

‘Muhatu’, em parceria com a organização do Luanda Slam (concurso feminino de ‘Spoken Word’);

‘Em(Contra) na avenida 21’, com Wilmar Nakeny (concerto intimista em parceria com o espaço Entre danças);

Produção de eventos de lançamento de Livros e afins (Livro ‘Um apaixonado Incorrigível’, 2017, do escritor Kialunga Afonso;

Revista literária ‘Letras de Ouro’, em 2018, pela editora Azul.

A ‘insular’

Aline Frazão é um dos nomes sonantes da nova geração de músicos angolanos. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, nasceu em Luanda, há 29 anos. Em 2011, lançou o álbum de estreia ‘Clave Bantu’. O disco é composto por um repertório gravado em Santiago de Compostela com os músicos José Manuel Díaz e Carlos Freire. Conta ainda com duas parcerias inéditas com os escritores José Eduardo Agualusa e Ondjaki. Em 2013, lançou o disco ‘Movimento’ e, em 2015, o ‘Insular’. Actualmente, prepara o próximo trabalho discográfico, que prevê lançar no último trimestre deste ano.

Unekka e o violão

Kelani Mote M’Vemba, natural do Sumbe, Kwanza-Sul, é formada em Gestão de empresas pela Universidade Privada de Angola (UPRA). Professora de violão há sete anos, desenvolve um projecto sociocultural desde 2015. Membro da Fundação Arte e Cultura (Estúdio Casa da Música) e da Associação Afrocracia (para o resgate e valorização dos valores étnicos hábitos e costumes africanos, cultura e historicidade africana). De nome artístico Unekka, é cantora, guitarrista, intérprete, compositora, nos estilos reggae, ‘worldmusic’ e com tendências para o jazz e blues.

A nova geração

Nascido a 18 de Maio de 1989, em Luanda, Toty Sa’med é cantor, produtor, compositor e instrumentista autodidacta. É um dos artistas da ‘Nova Música Angolana’ que mais influencia as novas gerações que seguem uma linha mais alternativa. Aos 12 anos, já produzia instrumentais de rap, kuduro, kizomba. Com a bossa nova, samba e pop-rock brasileiro, desenvolveu a técnica na guitarra e o conceitoharmónico. Foi assim que nasceu o interesse em tocar jazz, funk e a Música Urbana Angolana, esta última com muitas semelhanças à Música Popular Brasileira das décadas de 1940 a 1970.