Escritório Amaral & Gourgel abandona IURD e TV Record
A sociedade Advogados Amaral Gourgel & Associados deixou de representar legalmente a IURD e a TV Record por discordar dos comentários "depreciativos" feitos contra o povo angolano e a primeira-dama, Ana Dias Lourenço.
A informação foi avançada à Lusa pelo advogado e sócio responsável, João Gourgel, que disse não se rever nas alegações do jornalista brasileiro Augusto Nunes sobre Ana Dia Lourenço emitidas na quarta-feira pela TV Record, no Brasil.
O comentador disse que a mulher de João Lourenço, que foi também ministra do Planeamento na altura do ex-presidente José Eduardo dos Santos, beneficiou, supostamente, de negócios ilegais envolvendo o Movimento Popular de Libertação de Angola, a construtora brasileira Odebrecht e a Orion, empresa de publicidade e comunicação de que era accionista.
"Vamos deixar de representar os interesses da IURD e da TV Record", afirmou João Amaral Gourgel, criticando os comentários ofensivos e depreciativos que têm sido feitos na Record.
O escritório de João Gourgel é um dos representantes legais da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), detentora da TV Record África em Angola.
Recentemente, a 21 de Abril, o governo obrigou a TV Record África a suspender as emissões alegando "inconformidades legais". No mesmo dia, foram suspensos outros dois canais privados, a VIDA TV e a Zap Viva, da operadora de telecomunicações ZAP, pertencente à empresária Isabel dos Santos.
João Gourgel disse discordar do conteúdo de reportagens emitidas pela TV Record no âmbito do conflito entre a ala brasileira e a ala angolana, que se arrasta desde 2019, e cujas tensões se foram agudizando desde o ano passado com episódios de agressões e tomadas de templos.
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