EUA apresentam plano de paz para o Médio Oriente
O presidente dos EUA, Donald Trump, apresenta esta terça-feira o plano de paz para o Médio Oriente, após reuniões com líderes israelitas, que poderá estar condenado ao fracasso, perante a rejeição dos palestinianos.
Trump recebe esta terça-feira em Washington o aliado e primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, horas antes de se reunir com o líder da oposição de Israel, Benny Gantz, para de seguida apresentar o plano de paz para o Médio Oriente, cuja configuração confiou ao seu genro e assessor Jared Kushner.
Contudo, o primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayeh, já disse que “não se trata de um plano de paz para o Médio Oriente, mas um plano para proteger os seus promotores”, referindo-se ao processo de “impeachment” de Trump, que decorre no Senado, e ao processo de que é alvo o primeiro-ministro israelita, em campanha para as terceiras legislativas em menos de um ano, acusado em três diferentes processos de corrupção.
Por isso, o líder palestiniano considera que a estratégia norte-americana está condenada ao fracasso e pediu à comunidade internacional para o boicotar, apesar de Trump ter manifestado, na segunda-feira, confiança em que a Palestina reconsidere a sua posição.
Os palestinianos referem que o plano, que apenas será conhecido oficialmente às 12h de Washington (17h em Angola continental), inclui o reconhecimento de Jerusalém como única capital de Israel, e a anexação por Israel do vale do Jordão e dos colonatos na Cisjordânia, tornando-o inaceitável para a Palestina.
O primeiro-ministro israelita, por seu turno, diz que espera um plano “histórico” de Donald Trump, que considera ser o “melhor amigo que Israel já teve”, dizendo ter muita esperança nos resultados que possa provocar na região.
Os encontros entre os dirigentes israelitas na Casa Branca acontecem um mês antes de Netanyahu e Gantz se enfrentarem em eleições nacionais pela terceira vez em menos de um ano e quando se especula sobre as suas reais intenções nas negociações com os Estados Unidos.
O presidente da Palestina, Mohamoud Abbas, também já disse que o plano norte-americano é demasiado favorável para Israel e impede o regresso à mesa de negociações, a menos que seja retirado e que os EUA reconheçam a solução de dois estados. Também Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, disse domingo que se reserva o direito de se retirar dos acordos de Oslo, que enquadram as relações com Israel, se Trump insistir no plano que esta terça-feira irá apresentar.
Enquanto isso, o governo israelita aplaude a intenção dos EUA e o ministro do Interior, Arié Dery, adiantou que está já a preparar a anexação dos colonatos na Cisjordânia, depositando confiança no plano de Paz de Trump para estabilizar a situação naqueles territórios.
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