Facturação da RBS cai para metade
VESTUÁRIO. Empresa vendia mensalmente 20 mil peças de roupas, valores que conheceram uma grande ruptura devido à perda do poder aquisitivo causada pela actual conjuntura económica.
O grupo RBS, representante da marca Zara em Angola, registou uma queda abrupta na facturação das vendas de roupa estimada em 50%, em 2016, calculando-se que este valor se tenha fixado nos quatro milhões de dólares, embora as contas não estejam ainda fechadas, revelou o proprietário do grupo e empresário, Rui Silva, que atribui os actuais resultados à actual conjuntura económica do país.
A facturação, em 2015, rondou os oito milhões de dólares, enquanto no ano anterior foi superior a 10 milhões de dólares, sendo que os resultados dos últimos três anos espelham a tendência para um abrandamento, conclui Rui Silva, que explicou, no entanto, que o crescimento, antes da crise, possibilitou outros investimentos em curso.
Os novos investimentos estão ligados à área da restauração, sendo que o grupo já detém uma unidade em Luanda de mobiliário e comércio de alimentos, esclareceu o responsável, que estima, para 2017, uma carteira de negócios na ordem dos 10 a 15 milhões de dólares para todo o grupo.
Até ao eclodir da crise financeira, a empresa vendia, em média, 20 mil peças por mês, um cenário que se manteve até 2015, ano em que começou a apresentar baixas nas vendas devido também a dificuldades na importação de mercadorias.
Para Rui Silva, o ano de 2016 representou um verdadeiro prejuízo, sendo que a sobrevivência da empresa se deve também “à grande quantidade de mercadorias que possui em armazenamento, mas que correm o risco de se esgotar a qualquer momento”.
O volume de vendas da RBS ficou, hoje, reduzido a cerca de cinco mil peças ao mês, devido à quebra no segmento de clientes de todos os estractos financeiros, situação que provocou, de igual modo, uma redução do pessoal efectivo em serviço que passou de 140 para 40 funcionários, na sequência do encerramento de quatro lojas.
Face à actual conjuntura, Rui Silva mostra-se completamente céptico, argumentando que não sabe o que reserva o futuro, mas espera que este ano seja melhor que o anterior, que ficou “marcado por perdas financeiras na ordem dos 30 milhões de kwanzas em investimentos”.
Ao comentar o relançamento da indústria têxtil em Angola, o proprietário da RBS classifica o investimento como incipiente e explica que a fábrica de Benguela produz produtos para lar, enquanto Textang II faz coisas muito simples, argumentando que se precisa de uma produção contínua para alimentar toda a cadeia, “necessita-se de fábricas de camisas, ‘t-shirts’, de calças ganga” entre outras.
O empresário mostra-se disposto a,futuramente, investir numa fábrica de roupas em Angola, mas caso haja envolvimento do Estado, e electricidade, águas, condições que reduzem os custos de produção, sendo que nas condições actuais, a RBS vai continuar a produzir para os angolanos no exterior.
JLo do lado errado da história