Facturação das empresas de desinfestação cresce 50%
SERVIÇOS. Aumento das receitas é justificado com a elevada procura por serviços de higienização, face às medidas de contenção da pandemia. Empresas ligadas à manutenção predial não têm contado com a mesma sorte.
A pandemia da covid-19, responsável pela estagnação da económica mundial, melhorou a facturação das pequenas e médias empresas de desinfestação, ligadas à Associação Nacional das Empresas de Manutenção Predial (Anemp), segundo o presidente da entidade.
Ao VALOR, Francisco Chaves calcula que, no global, a facturação desse período da pandemia, em comparação a igual período do ano anterior, pode estar acima dos 50% e justifica o facto com a “necessidade fundamental” de higienização das instituições públicas e empresas, como medida de combate e prevenção contra a pandemia.
Entre o leque de empresas a facturar mais com a covid-19, as de tratamento de água são as que se destacam. Francisco Chaves afirma compreender que o coronavírus se tornou num “empecilho económico” para o mundo, mas refere que, para as pequenas companhias associadas, a pandemia está a ser vista como uma oportunidade.
“Há dias, estávamos a fazer um relatório de uma empresa e a facturação foi tremenda”, exemplifica, incentivando os associados a continuarem a diversificar o ‘core business’, recordando que as empresas “viveram imensas dificuldades” quando operavam num único ramo.
Mas o presente balanço positivo da Anemp tem simplesmente que ver com o segmento da desinfestação, sendo que os operadores do ramo da manutenção predial registaram níveis de facturação mais baixos.
Uma das razões do baixo encaixe, explica Chaves, está associada à pandemia que acabou por forçar o Governo a suspender a rotina de pagamento mensal da dívida que tem com as empresas. Apesar disso, tranquiliza os quadros das empresas associadas, sublinhando não haver risco de despedimentos, nem de encerramento de portas.
Na perspectiva do responsável da Anemp, o coronavírus não representa o mesmo perigo que representou parte das mudanças implementadas desde 2017, que levaram à rescisão de diversos contratos que as pequenas empresas tinham com as diferentes instituições públicas.
Por exemplo, as empresas que tratavam da manutenção do Palácio Presidencial, da clínica Girassol e de tantas outras são associadas da Anemp e viram-se preteridas a favor de outras.
“Para nós, aquela é que foi uma crise brutal, os despedimentos não foram de cerca de 100 trabalhadores, foram de cerca de mil colaboradores”, recorda Francisco Chaves.
A Anemp foi constituída em 2015, tendo iniciado a operar com 47 associados. Actualmente controla 200 empresas de manutenção e gestão imobiliária, bem como dois mil técnicos de diversas áreas. A associação tem procurado levar o Governo a determinar, num diploma legal, que a manutenção das instituições públicas seja tratada pelas empresas associadas, “de modo a organizar-se o mercado”.
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