Fim de 2017 com queda ligeira dos lucros do Keve
RESULTADOS. CEO da entidade bancária antevê um balanço com quedas marginais nos lucros por culpa do malparado que deve “exigir maiores esforços” e um impacto nos resultados do banco até finais de Dezembro. Também ficam ‘pendurados’ planos de abertura de novas agências devido à crise financeira.
O Banco Regional do Keve (BRK) deverá fechar o exercício financeiro deste ano com um recuo “ligeiro” nos resultados líquidos, devido à necessidade de um nível de provisão superior para compensar o crédito malparado da entidade, revelou ao VALOR o presidente da comissão executiva da instituição bancária, Arlindo das Chagas Rangel.
De acordo com o gestor do banco, que falava à margem da 12.ª edição do fórum ‘Banca em Análise, espera-se um impacto nos resultados com a aplicação de fundos para cobrir o malparado, cujo nível não precisou, mas que “estão em linha com os do sistema bancário nacional”.
“Os [nossos] resultados devem andar mais ou menos em linha com os do ano passado, não deve variar muito. Inclusive deve reduzir ligeiramente”, admitiu Arlindo Rangel, apontando para o malparado.
Na mensagem conjunta dos presidentes do conselho de administração e da comissão executiva do banco, Rui Eduardo Leão da Costa Campos e Arlindo das Chagas Rangel, respectivamente, que acompanha o balanço do ano passado, a entidade reconhece ter havido um crescimento substancial das ‘provisões para crédito e garantias prestadas’ em 154%, fixando-se em 8.083 milhões de kwanzas, “mediante um inusitado reforço das dotações para provisões em 7.742 milhões de kwanzas”.
É também nesta rubrica que, aliás, no ano passado, os peritos auditores da Deloitte já haviam colocado reservas às contas do banco, por este não se encontrar, no período, a cumprir adequadamente, com todos os requisitos previstos nos avisos n.º11/2014 e n.º12/2014 e no instrutivo n.º 9/2015, do Banco Nacional de Angola, relativamente à classificação de risco das operações de crédito e consequente apuramento das provisões, incluindo em operações de crédito concedido a entidades relacionadas, conforme a nota do auditor a que o VALOR teve acesso.
Segundo a Deloitte, os esforços evidenciados pela instituição financeira nos anos 2016 e 2015 nos montantes líquidos de 6.926.040 milhões de kwanzas e 2.858.444 milhões, respectivamente, “atendendo às deficiências indicadas” (o não cumprimento das normas do regulador), e às conclusões que foram possível obter da análise específica pelo auditor da carteira de crédito concedido, dos juros de crédito nas demonstrações de resultados e dos “outros valores” a receber, eram insuficientes para cobrir qualquer riscos a que se destinavam e às perdas estimadas.
RESERVA NÃO TRAVA LUCROS
Apesar das reservas da Deloitte, o banco gerido por Arlindo Rangel fechou 2016 com resultados positivos a ultrapassar os 200%, precisamente 203%, que colocou os lucros nos 2.488,7 milhões de kwanzas.
O CEO do Keve justificou o crescimento do ano passado com o desempenho financeiro do banco e o rigor nas despesas, além de outras melhorias nos rácios de eficiência. No ano passado, o Banco Keve “teve um rigor maior nas suas despesas, melhorou a qualidade da despesa. Também houve uma melhoria no rácio de eficiência e a outra vertente foi o crescimento de mais de 50% na componente dos resultados da parte financeira”, explicou o gestor.
Ao avaliar o desempenho do sector, que fechou 2016 com resultado líquido a crescer 55% para 174.019 milhões de kwanzas, Arlindo Rangel justificou com a desvalorização assistida no início do ano passado, o que influenciou nos resultados do sistema. “O que esteve na base deste crescimento, no ano passado, basicamente foi a desvalorização que existiu na transição de 2015 para 2016. Teve um impacto grande sobre a carteira dos bancos. Da nossa análise é esse o grande efeito”, comentou o gestor.
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