ANGOLA GROWING
CONTAS DE 2015

Fomento à indústria rural executado em apenas 20%

INDÚSTRIA. Programa de Fomento à Indústria Rural (PROFIR), que visa a criação e requalificação de micro-empresas industriais, com dificuldades para atingir metas. Este ano deve ficar-se nos 50%.

A execução do Programa de Fomento à Indústria Rural (PROFIR) atingiu apenas 20% dos objectivos, em 2015, revelou, em exclusivo, ao VALOR, a ministra da Indústria. Bernarda Martins detalhou que, o ano passado, estava prevista a construção de 23 novas unidades industriais e a requalificação de 85 já existentes, entretanto a conjuntura económica afectou significativamente as metas.

Para este ano, o PROFIR prevê abranger 74 unidades, 37 das quais novas, atingindo os 50%, ao passo que, para o próximo ano, o objectivo passa pelo lançamento de 74 unidades, entre as quais 57 novas. A meta geral visava operacionalizar 256 pequenas unidades industriais até 2017, repartidas entre 117 novas e 139 existentes, sendo que o apoio aos empreendedores passaria por financiamentos, através de crédito bancário. “A essência do programa é fomentar o surgimento de pequenas indústrias no campo, onde haja produtos para transformar, agrícolas e outros”, declarou a ministra. Para dar suporte à implementação do programa, o Ministério da Indústria planeia oferecer formação teórica ‘on the job’, durante as horas de trabalho, além de prever “um rigoroso controlo de qualidade dos produtos”.

Bernarda Martins considera que, não obstante as dificuldades de recursos com que Angola se debate nos últimos tempos, o programa já começou “a dar os primeiros passos, com os poucos recursos existentes”. Até ao momento já se encontra na comuna da Canjala (Benguela) e no Tomboco (Zaire) e posteriormente deve ser implementado em outros municípios.

 

POR DENTRO

O Programa de Fomento à Indústria Rural enquadra-se no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013-2017 e faz parte do plano de industrialização do país. Os objectivos gerais incluem a promoção e o estímulo à criação e requalificação de micro-empresas industriais, em todas as comunas e municípios, instalando-as em pequenos parques industriais.

O PROFIR, segundo um decreto presidencial datado de 13 de Maio de 2015, está programado para abranger os sectores da industria alimentar, indústria da madeira, agro-indústria e prestação de serviço e outras actividades.

Na indústria alimentar, a aposta está virada para as unidades de panificação e pastelaria, unidades de seca de peixe e unidades de processamento de mel e cera. Na agro-indústria, o programa visa promover a construção ou requalificação de moinhos de mandioca para a produção de fuba de bombó, unidades de torrefacção de farinha de mandioca, moinhos de milho para a produção de fuba de milho, unidades de produção de doces e polpas, unidades de produção e embalagem de óleo de palma, unidades de transformação e torrefacção de café, unidades de destilação de cana-de-açúcar e milho, unidades de produção de ração e unidades de secagem, descasque, branqueamento e embalagem de arroz.

Para a ‘indústria da madeira’, o objectivo é promover serrações, carpintarias, marcenarias e estofadores.

Na ‘prestação de serviços e outras actividades’, o programa prevê desenvolver ou requalificar serralharias, oficinas de motorizadas e triciclos, e reparação dos respectivos pneus e câmaras-de-ar, oficinas para tractores agrícolas, reboques, alfaias e unidades de reparação dos seus pneus e câmaras-de-ar, alfaiatarias por medida, unidades de confecção de roupa, unidades de olaria, unidades de reciclagem de óleos, materiais ferrosos e plásticos