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Fusão do Atlântico e do Millennium mantém prazos

BANCA. Por altura da comunicação do projecto de criação do novo banco, as duas administrações apontaram o início do segundo trimestre de 2016, como a data mais provável do arranque.

 O processo de fusão entre o Atlântico e o Millennium Angola (BMA), anunciado no final do ano passado, corre os seus “trâmites normais” e deve estar concluído nas datas previstas, informou fonte ligada ao banco liderado por Carlos Silva.

A alteração ocorrida, no início do mês, na governação do Banco Nacional de Angola (BNA), em princípio, não deve ter consequências nos trabalhos de preparação do lançamento da nova entidade bancária, que deve acontecer em Abril. Neste momento, estão constituídas oito equipas ‘work streams’, que trabalham na integração dos dois bancos e não há atrasos no processo. “Tudo corre bem, dentro do previsto, entretanto não podemos avançar por enquanto uma data concreta do lançamento, apesar de acreditarmos que a mudança no BNA não deva provocar demoras”, explica a fonte.

Entregue inicialmente à gestão de José Pedro de Morais, a decisão final está agora nas mão de Valter Filipe, o novo inquilino do BNA, que assumiu o compromisso de repor a autoridade do banco central, enquanto regulador do sistema financeiro.

Por altura do anúncio da fusão, as administrações dos dois bancos estimaram que a nova instituição será detentora de cerca de 800 milhões de dólares (127 mil milhões de Kwanzas, ao cambio actual) de fundos próprios e um capital social de 620 mil milhões de kwanzas. Montantes que “permitirão reforçar a capacidade de financiamento às famílias, às empresas e aos projectos estruturantes”.

São actualmente accionistas do Atlântico, a Global Pactum, com 72,35% de capital investido; Carlos José da Silva, presidente do conselho de administração da instituição, com 19,32%, e mais dois administradores, Paulo Marques e Mário Cruz, ambos com 1%.

Do lado do BMA, fazem parte do grupo de sócios, o português Millennium BCP, com 50,1%; a Sonangol, com 29,9%, e a Global Pactum – Gestão de activos – com 5%.

Antes do início do processo de fusão, os dois bancos tinham já participações de capitais cruzadas: o BPA detinha 15% do Millennium Angola e este detinha 6,7% do BPA. A Global Pactrum, entidade gestora de activos, também aparece em ambas instituições como parte do grupo de accionistas.

O negócio surge dois anos depois de o BPA ter anunciado fusão com o grupo financeiro russo VTB e a Rostec Corporation, sociedade industrial russa, para a venda de 20% do seu capital. Operação que nunca foi concretizada, por razões de “atraso no processo do lado dos russos”, como considerou uma fonte deste jornal, próxima às instituições.