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ENTENDE NÃO SER PRIORITÁRIO

Governo anula a construção de estrada para o novo aeroporto

O Governo anulou a obra para construção da rede de estradas de acesso ao novo aeroporto internacional de Luanda, cuja inauguração está anunciada para 2017, por considerar não ser prioritário.

Um despacho presidencial de 03 de Outubro, consultado hoje pela Lusa, e que revoga um outro, também assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, de 05 de Setembro, que autorizava o contrato para aquela empreitada, fez recuar o Governo com o avanço da obra por considerar não serem trabalhos prioritários.

A China Tiesiju Civil Engineering (CTCE), é a empresa que tinha sido contratada para a execução da obra, orçada em 695,1 milhões de dólares, entre trabalhos na Via Expresso e na ampliação e reabilitação do troço A4, da mesma estrada.

A mesma empresa está a garantir, por seu turno, a reabilitação de uma outra avenida que liga o centro de Luanda à periferia, por mais de 19,8 milhões de dólares, empreitada que o Governo justifica igualmente com a construção do novo aeroporto da capital.

A contratualização da obra de reabilitação da avenida Kima Kyenda foi autorizada por despacho do Presidente angolano de 19 de Setembro. O novo aeroporto internacional de Luanda está em construção no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda. A edificação, em curso desde 2004, está a cargo da empresa China International Fund Limited (CIF), contratada por 3,8 mil milhões de dólares.

No equipamento da infraestrutura o Estado vai gastar mais 1,4 mil milhões de dólares, tendo contratado para o efeito a empresa China National Aero-Technology International Engineering Corporation. Em 2015 foi escolhido o consórcio da China Hyway Group Limited para construir o acesso ferroviário ao aeroporto. Nesta empreitada, a construção e fornecimento de equipamentos para as cinco novas estações do Caminho de Ferro de Luanda (CFL) representa um investimento público de 255 milhões de dólares.

O novo aeroporto é descrito como um "projeto estruturante fundamental para a concretização da estratégia do Governo angolano, no que concerne ao posicionamento do país no domínio do transporte aéreo na região da África austral".

Duas das pistas foram concluídas em 2015, assim como a torre de controlo, decorrendo a construção dos terminais, que segundo o Governo angolano deverão receber 15 milhões de passageiros por ano. O projeto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.