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Em central térmica angolana

Grupo escocês assume venda de energia

ACORDO. Aggreko Energia vai assumir produção comercial da Central Térmica de Kivela, em Benguela, por um período de um ano. Estado deverá pagar contrato celebrado com recursos da RNT-E.P.

Grupo escocês assume venda de energia

A Aggreko, grupo empresarial escocês, com sede em Glasgow, rubricou um contrato com o Estado para a compra e venda de energia eléctrica a partir da Central Térmica da Kileva, no Lobito, Benguela, por um período de um ano.

Celebrado entre a Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), pela parte angolana, e a escocesa, especializada em produção de energia eléctrica, o contrato implica um valor global de mais de 1,8 mil milhões de kwanzas, tendo sido autorizado por decreto, de 27 de Março, rubricado pelo Presidente da República.

O Governo justifica a medida com a necessidade de se manter a Central Térmica de Kileva “em produção comercial por um período de um ano, até ao comissionamento da linha de transporte de electricidade Cambambe/Kileva que está em construção, com a perspectiva da interligação entre os sistemas norte e centro”, devendo o contrato ser “pago com recursos próprios da RNT-E.P”. A Central Térmica de Kileva é constituída por seis grupos geradores com potência instalada de 15 megawatts cada, perfazendo 90 megawatts, segundo dados oficiais.

A instalação da infra-estrutura começou em 2008, mas somente passados dois anos é que arrancaram os dois primeiros grupos geradores, em Setembro e Outubro de 2010. Em Abril e Agosto de 2012, arrancaram o terceiro e quarto grupos geradores e, em 2013, já na segunda fase do projecto, arrancaram o quinto e sexto grupos.

A decisão de se lançar concursos para a concepção de produção de energia eléctrica a privados não é nova, sendo que o Governo, no Plano de Acção para o Sector da Energia e Águas 2018-2022, definiu um programa detalhado de participação dos privados na energia.

No total, foram constituídos três programas com 14 iniciativas: o das ‘energias novas e renováveis’, de ‘distribuição municipal e rural’ e, por último, o de ‘produção térmica e hidroeléctrica’, sendo, neste último, onde se encaixa a Central Térmica de Kileva, cujo processo de venda de energia eléctrica está agora a ser gerido pelo grupo escocês Aggreko.

A Aggreko é uma empresa cotada na Bolsa de Valores de Londres (AGK.L) e que se destaca, a nível internacional, pelo fornecimento de soluções temporárias de energia e climatização. Emprega mais de 5.700 pessoas e possui clientes em cerca de 100 países, o que lhe garante, em média, receitas anuais na ordem dos 2,5 mil milhões de dólares.

Na área de negócios de Projectos de Energia, a empresa opera como provedor de energia, garantindo a instalação e a operação temporária de instalações eléctricas.