Grupo Zahara encerra mais seis lojas Nosso Super
DISTRIBUIÇÃO. Decisão de encerrar já foi comunicada aos trabalhadores. Contratos de funcionários já foram suspensos. Grupo já tinha encerrado quatro lojas também em Luanda. Medida foi planeada por um grupo de trabalho, que conta com a participação do Governo.
O Grupo Zahara, que gere a cadeia de supermercados públicos Nosso Super, vai encerrar mais seis lojas em Luanda, depois de ter fechado outras quatro recentemente também na capital e em algumas províncias.
De acordo com informações apuradas pelo Valor Económico, desta vez, as lojas afectadas são as de Caxito, Golfe II, Calemba, Viana II, Frescangol e Sapu, num processo que deve prolongar-se até ao dia 30 do corrente.
No dia 5 deste mês, o grupo Zahara teve uma reunião com a área de recursos humanos de uma das lojas que será afectada e explicou a situação da empresa, antecipando a suspensão dos contratos de 15 trabalhadores. Os funcionários das outras lojas também terão os contratos suspensos.
A cadeia Nosso Super integrava o Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild), lançado em 2007, e que tinha como objectivo modernizar a rede comercial e criar novas oportunidades de negócios e de emprego. A rede tem 32 lojas espalhadas pelo país, mas nem todas se encontram abertas.
O contrato de gestão e exploração da rede Nosso Super, pelo grupo Zahara, entrou em vigor em Janeiro de 2016. A parceria surgiu numa altura em que alguns órgãos de comunicação davam conta de despedimentos por parte do Nosso Super e também da falta de produtos nas prateleiras.
Em Agosto, o Valor Económico revelou que o grupo Zahara estava a encerrar lojas em Luanda e noticiou a falta de produtos em muitas lojas. O Governo, na altura, afirmou desconhecer o encerramento das lojas, enquanto o Grupo Zahara desmentiu o executivo, explicando que o fecho destas unidades sempre foi do conhecimento do Ministério e que, inclusive, tinham sido criadas equipas técnicas de trabalho que, durante meses, analisaram e discutiram várias opções.
O grupo justificou o encerramento das lojas com o fim do contrato de gestão em Janeiro do próximo ano. O documento inclui uma cláusula que prevê a “desmobilização e encerramento” das lojas em caso de não renovação do contrato.
O Valor Económico tentou contactar o grupo Zahara para obter mais informações, mas a sua área de comunicação recusou-se a dar detalhes sobre o assunto. Já o Ministério da Indústria e Comércio remeteu o assunto para o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (Igape).
LOJAS JÁ CONSTAM DO POPRIV
As lojas públicas Nosso Super foram inscritas no Programa de Privatizações (Propriv) e serão alvo de um concurso para a cessão do direito de exploração e gestão, segundo diplomas consultados pela agência Lusa. O decreto presidencial, relativo ao aditamento (adição) do Propriv, aponta 2021 como a data prevista para o lançamento do concurso público da rede de lojas.
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