O Governo vai comprar apenas metade do total das carteiras escolares de que o país precisa. É uma das notícias de destaque desta semana do Valor Económico. O argumento oficial, já aqui repisado vezes sem conta, é a falta ou a escassez de dinheiro. O Ministério da Educação até faz contas mais precisas. Das 2.161.092 carteiras de que precisa, só vai poder pagar 1.080.547, por 19 mil milhões de kwanzas. Colocados na moeda norte-americana, estes números equivalem a cerca de 37,3 milhões de dólares. É inevitável, pois, voltarmos às contas. É impossível ignorar-se a conclusão quase consensual de que o problema de fundo é a ausência da noção de prioridade. E não, não de falta ou de escassez de dinheiros.

Como é óbvio, é razoável partirmos do princípio de que dezenas de milhares de crianças estarão sentadas no chão ou em bancos danificados porque o Governo alega não ter 37 milhões de dólares. Justificação não apenas falsa, como rotundamente  insultuosa.

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