AFINAL NÃO ERA UM MILAGRE, ERA UMA TRAGÉDIA
Depois de ter sido escolhido por José Eduardo dos Santos como o candidato do MPLA às eleições de 2017, João Lourenço entreteve-se por largos meses a passar a imagem de que percebia alguma coisa do que significava gerir país. Num certo dia, alguém lhe perguntou como gostaria de ser lembrado, após a sua passagem pela Presidência da República. A sua resposta não poderia ter sido mais emblemática e visionária. Mais coisa, menos coisa, com o timbre de quem sabia do que falava, Lourenço afirmou que gostaria de ser lembrado como o “homem do milagre económico”. Disse-o outras vezes de forma diferente. Em entrevista à espanhola EFE, aquando da sua passagem por Espanha, ainda na qualidade de candidato, trocou avisadamente Gorbachev por Xiaoping. Queria ser o homem que abriria a economia angolana ao mundo, como fez Xiaoping com a China, e não o sujeito que tentou reformas falhadas que acabaram por manter o Estado refém de uma poderosa oligarquia, como aconteceu com o russo Gorbachev.
AFINAL NÃO ERA UM MILAGRE, ERA UMA TRAGÉDIA