João Lourenço do lado errado da crise
O MPLA está em crise. É um facto. Ninguém pode mais negá-lo. Também é verdade que as raízes ou as consequências dessa crise podem ser analisadas sob várias nuances. Uns adiantam-se a antecipar a erosão do regime. Outros centram-se no perfil dos seus protagonistas. Preocupam-se em alertar para o facto de estar em causa uma disputa entre políticos autoritários, minimizando os eventuais efeitos para o processo democrático no MPLA e no país.
Tudo isso é válido. A história do MPLA e do país e o contexto actual dizem que não há cenários descartáveis. Não é para menos. Militantes proeminentes do MPLA já disseram, como se sabe, que não querem João Lourenço na direcção do partido nem pintado de ouro, depois de 2026. Há quem até já o queira fora este ano para que o partido tenha mais tempo de preparar o seu candidato às eleições de 2027. Os contestatários até foram mais longe. Deixaram preto no branco que o processo da próxima corrida à liderança do partido não se sujeitará a um guião escrito exclusivamente por João Lourenço. Este, por sua vez, já deu sinais claros de que não quer largar o osso, sem dar luta. Qual rei desnudado, Lourenço juntou, às pressas, em Luanda os primeiros secretários dos Comités de Acção (CAP) para reafirmar a sua liderança. E, numa incursão mal sucedida, terá recorrido a alguns proeminentes da velha
guarda para desfazer a tese do isolamento. Não terá conseguido e, enquanto isso, atolam-se as guerras das narrativas que fazem retirar algum espaço à questão de fundo. É hora de identificar e hierarquizar os factos, conforme o seu grau de importância.
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