ANGOLA GROWING
V E

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As más notícias sobre as previsões do crescimento económico somam e seguem. Em Setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi obrigado a refazer as contas com o estrondo. Da anterior perspectiva de crescimento de 3,9%, a instituição viu-se obrigada a cortar 3 pontos percentuais, projectando agora uma expansão do PIB de apenas 0,9% para este ano. Pouco depois, ficámos a saber que o Governo também já tinha organizado novas estatísticas em Agosto. Inicialmente mais contido, ao inscrever no Orçamento um crescimento de 3,3%, a equipa de João Lourenço trocou de posição e de ânimo com o Fundo. E apresentou um quadro menos sombrio do que o projectado pela instituição de Bretton Woods, ao revisar o crescimento para perto dos 2% (1,9% mais precisamente).

 

Quando Giorgia Meloni respondeu a uma provocação de Emmanuel Macron, lembrando-lhe a vergonhosa e contínua pilhagem francesa em África, certamente não se tinha esquecido de que as relações internacionais se guiam essencialmente pelo pragmatismo. O que a primeira-ministra italiana quis recordar ao presidente francês é tão somente o lado sombrio desse pragmatismo na relação com uma certa África. É a imoralidade que não olha a quaisquer meios para alcançar todos os fins. Meloni refrescou a memória de Macron que a França, sem o mínimo de remorso, levou o caos à Líbia para matar Kadafi e inviabilizar importantes concessões energéticas de Tripoli a Roma. O presidente francês teve de engolir em seco, ao ouvir Meloni dizer-lhe que a França leva 30% do urânio nigerino, quando 90% da população deste país africano vive sem electricidade. 

O tema central da edição desta semana do Valor Económico destapa um ‘segredo de morte’ que inexplicavelmente esteve fora do debate público até ao momento. Por sua conta e risco, João Lourenço colocou-se numa posição de inelegibilidade à liderança do partido, no congresso ordinário que se espera para 2026. E, como detalha a matéria que dá corpo à manchete, trata-se de conclusões apoiadas por respeitados especialistas de diversas áreas, com particular realce para alguns dos mais conhecidos constitucionalistas do país.

De Janeiro a Setembro, segundo contagem da jornalista Suely de Melo, a chefe de Redacção da Rádio Essencial, o Presidente da República efectuou pelo menos 13 viagens ao estrangeiro. É uma média de quase 1,5 viagens por mês, o que estará a ter reflexos no agravamento das suas próprias contradições e no esvaziamento do seu discurso. A mais recente indicação foram as palavras que proferiu na cimeira que discutiu os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na tribuna da ONU. 

O Grupo Carrinho organizou um macro evento para assinalar os seus 30 anos de existência, com a presença inclusive de figuras internacionais de topo. Graça Machel foi citada como tendo afirmado que esteve em Benguela para homenagear “um grupo de sucesso”. A viúva de Samora Machel e de Nelson Mandela aponta um facto inegável. O Grupo Carrinho, em menos de meia dúzia de anos de governação de João Lourenço, saltou de um quase ilustre desconhecido para um gigante que antecipa facturação anual na casa dos mil milhões de dólares este ano. É um sucesso inegável.