Os Castelos dos Capapinhas
Não é apenas pela brutalidade da repressão policial ou pelo asfixiante controlo político. Não é somente pela sólida subjugação das instituições-chave do Estado com vocação republicana. O agravamento da indecência do regime do MPLA também se mede pela inconsciência dos limites do descaramento. Claro que é tudo, particularmente, resultado da longevidade no poder.
Além da incapacidade de efectivar reformas, como diria Fukuyama, quando um grupo fica muito tempo a governar um país, perde o discernimento. Perde o juízo total. De tudo. Dos propósitos primeiros e últimos da governação à falta de vergonha. É por essa razão que indivíduos como Capapinha governam sob a cobertura de Castelos de ouro rodeados de lama e poeira. E, mesmo assim, cinco décadas ininterruptas depois, saem à rua para gritar aos quatro ventos que são a única esperança dos angolanos, enquanto estes se mantêm mergulhados eternamente numa pobreza criminosa.
Mas, justiça lhe seja feita, Capapinha é apenas um peão na aplicação da ideologia do descaramento e do desrespeito e banalização dos angolanos. Quando diz que vão agarrar-se ao poder a qualquer custo, porque o poder “cuia”; quando sugere que têm medo de sair do poder porque estarão a roubar menos do que os outros roubarão, não está desalinhado do seu chefe. Para quem “a fome é relativa”. Para quem os titulares de cargos públicos nas sociedades democráticas não apresentam declarações de bens e rendimentos. É muita tragédia num só país para ser cómico.
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