Vamos afirmá-lo todas as vezes que forem necessárias. Além da arrogância e da alienação, uma das doenças incuráveis e que cegam os regimes longevos e autoritários é a incoerência. A outra é a inconsciência. ‘Juntas e misturadas’, a soberba, a contradição e a irreflexão são uma máquina de produção da ignorância, do descaramento e do ridículo em doses industriais.

Não passa muito tempo, a ministra da Educação prometeu apenas escolas condigas por toda a extensão territorial até 2027. Qualquer mente sã que a tenha ouvido terá ficado com a impressão de que se tratava de um extraterrestre acabadinho de aterrar de Marte. Mas não. Salvo algum exagero, Luísa Grilo pode ser considerada uma das decanas do dirigismo da Educação em Angola. Esteve tempo mais do que suficiente nos escalões de base e, sobretudo, nos níveis intermédios para ter consciência plena do que se passa com o pelouro que dirige. Acontece que a governante anulou completamente a pedagoga que se conhecia nela e o resultado são promessas como estas que deixam uns boquiabertos e outros com nervos à flor da pele. 

Exemplos como este não se esgotam. Pepetela, o mais prolífero escritor angolano, não seria capaz de resumir a altivez, a insolência e as contradições do regime em toda a sua obra.

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