Interrogatório de Manuel Rabelais prossegue hoje
JULGAMENTO. Na primeira sessão, Manuel Rabelais justificou as razões que o levaram a solicitar ao BNA a adesão ao processo de compra e venda de divisas. Antigo gestor está indiciado também pelos crimes de peculato e branqueamento de capitais.
Está agendado para esta segunda-feira, no Tribunal Supremo, o interrogatório ao antigo director do extinto Gabinete de Revitalização e Comunicação Institucional e Administração (Grecima), Manuel Rabelais.
O também antigo ministro da Comunicação Social, que está indiciado dos crimes de peculato de forma continuada, branqueamento de capitais e violação das normas de execução orçamental, supostamente cometidos entre 2016 e 2017, está a ser ouvido desde a passada quinta-feira, 10.
Na primeira sessão de julgamento, Manuel Rabelais justificou as razões que o levaram a solicitar ao Banco Nacional de Angola (BNA) a adesão ao processo de compra e venda de divisas.
Por exemplo, explicou que, devido à grave crise económica e financeira do país, derivada da baixa do preço do petróleo e ausência de dotações do Orçamento Geral do Estado (OGE) e porque o BNA exigia o contravalor em kwanzas para a aquisição de divisas, optou por contactar empresas idóneas para o efeito. Essas empresas eram seleccionadas pelo co-réu Hilário Gaspar Santos, à época dos factos, assistente administrativo do extinto Grecima.
Segundo Rabelais, a escolha do co-réu Hilário dos Santos deveu-se “à confiança” existente entre ambos, oriunda de quando funcionavam na Rádio Nacional de Angola (RNA), bem como das boas relações que o mesmo mantinha com o presidente do Conselho de Administração do Banco de Comércio e Indústria (BCI), instituição bancária para onde era canalizada a maioria dos montantes em divisas.
O antigo gestor referiu ter sido ele o único assinante das contas do Grecima nos bancos BCI, BAI, BIC, BPC e Sol, por este órgão, na época dos factos, não ter nos seus quadros nenhum funcionário efectivo. E realçou que o Grecima era um órgão dependente do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a quem prestava contas.
Estão arrolados pelo tribunal, para a busca material da prova, 14 declarantes e três pela defesa.
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