Jovem cria fábrica artesanal de material de ginásio
Criatividade. Negócio garante emprego a oito jovens, mas Vladimiro Vunge quer expandir-se e, para isso, precisa de 30 milhões de kwanzas. Além do crescimento da empresa, garante que quer dar “melhores condições de trabalho”.
Devido à crise e à baixa nos rendimentos, a empresa onde Vladimiro Vunge trabalhava foi obrigada a reduzir o pessoal. Ele também foi afectado e ficou desempregado. Em 2017, para contornar o desemprego, criou um ginásio e dedicou-se a montar máquinas pré-fabricadas.
Vladimiro Vunge usa as máquinas de origem como referência, tira as medidas, a dimensão e peso, e com a ajuda de um serralheiro consegue produzir “quase” todas máquinas de um ginásio. Fez pesquisas e descobriu que havia pessoas a fazer máquinas pré-fabricadas. Pensou que também ele poderia fazer. Começou a frequentar ginásios com a permissão dos donos para tirar as medidas das máquinas de origem e assim montou uma equipa, explicou as intenções, comprou material e começou a trabalhar. Além da fábrica, a empresa já tem dois ginásios.
A fábrica teve um investimento inicial de 300 mil kwanzas. A laborar há oito meses, tem um lucro mínimo mensal de 400 mil kwanzas. A matéria-prima principal é adquirida no mercado do Kikolo. A madeira e a esponja são compradas nos fornecedores dos mercados informais e para o corte usam rebarbadora e ainda material de soldadura para junção dos ferros.
Vladimiro Vunge afirma que as vendas deste material chegam a ter os preços mais baixos do sector com uma diferença de quase de 90%. A construção do material para apetrechar um ginásio completo custa 1,5 milhões de kwanzas, precisamente o preço de única máquina de um ginásio. Consciente de que “ter um ginásio é difícil”, Vladimiro Vunge procura apoio para colocar em prática a expansão do negócio, com a construção de mais oito ginásios em vários bairros de Luanda, em Benguela e no Huambo, nos próximos dois anos.
O projecto passa por montar ginásios com fabricados por ele. Para já, vai alimentando o negócio com alguns clientes que encomendam duas ou três máquinas. Os preços de cada peça variam sempre e a mais cara, com 12 funções, custa 390 mil kwanzas.
Bem mais acessível, afirma o empreendedor, é o que ele vende. A mesma máquina, numa loja, custa cerca de três milhões de kwanzas. No caso dele, o custo de produção depende muito do preço do material na praça. Muitas vezes, os preços disparam, mas, em média, gasta perto de 150 mil kwanzas para a montagem de uma máquina, que demora duas semanas a estar completa.
APOIO PARA A EXPANSÃO DO NEGÓCIO
Actualmente, a fábrica Vladimiro Vunge é suportada por dois ginásios, mas ele não esconde a pretensão de adquirir melhores equipamentos para a fábrica e de melhorar as condições de trabalho. Já fez as contas e calcula que precisa de apoio de 30 milhões de kwanzas, apenas para o projecto dos ginásios, porque para a expansão da fábrica sente que ainda precisa de mais estudos.
Mesmo estando no mercado informal, Vladimiro Vunge garante que paga salários a oito pessoas. “Assim como eu, há muitos jovens batalhadores, mas não temos apoio, vimos muitos programas de crédito que o Governo cria e dá à juventude, mas deveria fazer diferente, porque sempre usou o mesmo método de dar a quem não tem experiência nem conhecimento”, desabafa o jovem empresário que sugere ao Governo “ir ao encontro dos que já fazem alguma coisa e fomentar isso”.
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