ANGOLA GROWING
UM NEGÓCIO BEM OLEADO

Lojas de lubrificantes ?à porta de casa

LOJISTAS. São alternativas para quem vive longe dos ?postos de combustíveis. As lojas vendem lubrificantes nacionais, em pequenos espaços e são negócios que sustentam famílias. Em quase todos os bairros há uma. Os funcionários também dão conselhos a quem tem carros ou motas.

 

 Se circular nas diversas ruas e estradas, em quase todas as províncias, e a viatura tiver problemas de travões, por falta de óleo, não pegar porque não tem óleo no motor, precisar de água para a bateria ou para o radiador, ou ainda de penetrol para tirar um parafuso e não existir, por perto, uma bomba de combustíveis com uma loja de conveniência, não há preocupação: encontre, em qualquer parte, uma casa de lubrificantes e o problema fica resolvido. Estes pequenos estabelecimentos, alguns legalizados, outros não, vendem todo o tipo de lubrificantes para viaturas, motorizadas, barcos ou chatas e geradores.

Em Luanda, este tipo de casa abunda nalguns bairros de Cacuaco, Viana, Kilamba-Kiaxi, Samba, Cazenga e Belas. Quem investiu garante que o negócio é rentável e que, diariamente, pode facturar aproximadamente 30 mil kwanzas. Para isso, basta fazer um investimento inicial a rondar os dois mil dólares.

Por norma, cada estabelecimento emprega duas pessoas que vencem entre os 20 mil e os 30 mil kwanzas de salário. Além do salário, recebem, diariamente, entre mil e 1.500 kwanzas para o transporte e alimentação.

Malembe Sebastião é proprietário, há seis anos, de duas lojas de lubrificantes. Admite que os ganhos “não são muitos”, mas “dão jeito” para continuar e sustentar a família. Os produtos que comercializa são todos comprados no mercado nacional, apesar de existirem lubrificantes importados. Para evitar as constantes multas por parte do Serviço de Investigação Criminal das actividades económicas, preferiu constituir uma empresa e adquirir um alvará comercial. Quando não tinha a empresa registada, as “multas eram efectuadas diariamente”. Malembe Sebastião começou com uma casa no Benfica, na qual investiu, pela primeira vez, 1.800 dólares e agora não se lembra quanto já facturou, mas garante que os lucros já ultrapassaram os valores investidos.

Aldomiro Pedro Marquês é também proprietário de duas ‘lubrificantes’, como são popularmente conhecidas. Começou em 1995, socorreu-se do código que o irmão possuía, que permitia fazer compras de lubrificantes na Sonangol, através da fábrica Imul. Por intermédio do código, vendia apenas óleo dos travões. Passado algum tempo, actualizou a senha e decidiu abrir uma loja. Agora já tem dois estabelecimentos credenciados, paga os impostos regularmente e já considera a vistoria da Polícia Económica como um “pão diário”.

Aldomiro Pedro Marquês não se se lembra de quanto investiu, “porque foi numa fase de troca de dinheiro”. As duas lojas, com quatro funcionários, comercializam apenas produtos nacionais, entre os selados e avulsos, diesel e gasolina, de forma a poderem atender a todos os bolsos.

CONSELHOS

Os proprietários destes estabelecimentos, além de venderem lubrificantes, ainda prestam serviços de aconselhamento. Os lubrificantes variam de viatura. Por exemplo, um carro velho necessita de um tipo de óleo, o que depende da quilometragem e se já poliu muito os cilindros.

Há quatro anos que Neves Avelino gere um estabelecimento, que já vendeu gasolina e depois óleo avulso, com o negócio montado na bancada. Hoje, a loja ‘evoluiu’ e vende lubrificantes originais e selados. O gerente afirma que é melhor vender apenas lubrificantes até prevenir incêndios. “Estas lojas são apertadas e aquecem muito”, reafirma.

O proprietário tem quatro casas de lubrificantes, duas no Uíge e duas em Luanda, num negócio que começou com 1.500 dólares. Cada loja possuía quatro funcionários. Por causa da crise, foi obrigado a despedir um funcionário de cada loja.