Lucros do BAI devem crescer mais 20% este ano
SECTOR BANCÁRIO. Administração do actual segundo maior banco angolano nos activos antecipa resultados deste ano e já projecta crescer mais 20% nos lucros contra as margens recolhidas em 2016. Plano estratégico da entidade ambiciona elevar carteira de clientes para perto de dois milhões até 2021 e maior aposta no internet banking.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI), a segunda maior instituição nacional medida pelos activos e lucros, deve encerrar o exercício financeiro deste ano com os lucros a crescerem à volta dos 20%, revelou ao VALOR o presidente da sua comissão executiva interino, Luís Filipe Lélis.
A liderança do banco não explica em que segmento da actividade bancária vão ter origem os 20% para o avanço dos lucros, mas considera que o desempenho do banco em 2017, medido pelas políticas de gestão seguidas pela entidade e o comprometimento da administração, além da tradicional intermediação financeira com cedência de crédito e serviços cambiais, vão ajudar no crescimento.
“O ano tem sido bom. Diria mesmo excelente. Temos tido uma equipa muito empenhada, temos uma liderança também muito comprometida. Infelizmente não lhe posso precisar [em termos objectivos] os resultados, mas posso dizer que serão melhores do que os do ano passado. Nós poderemos crescer à volta de mais 20%”, avançou Lélis, que assumiu a gestão interina do banco com a saída de José Massano para o banco central, há um mês.
Só de Janeiro a Dezembro do ano passado, o banco declarou um avanço nos lucros na ordem dos 213%, ao sair de 15,3 mil milhões de kwanzas para os actuais 49,7 mil milhões, considerado o maior lucro da história de quase 21 anos da entidade, como se referiu a administração, ao apresentar as contas do exercicio anterior (ver gráfico), numa altura em que as margens financeiras [resultado da intermediação financeira] ajudaram com 62%.
Segundo o gestor, que falava, na semana passada, à margem da gala de entrega dos ‘prémios Sirius’, atribuído anualmente pela consultora internacional Deloitte (o BAI arrebatou a distinção de ‘empresa do ano no sector financeiro), a entidade tem já elaborado um plano estratégico que prevê alargar a carteira de clientes da entidade para dois milhões, entre 2016 e 2021.
“Como banco de capitais privados que somos, a nossa primeira responsabilidade é dar um retorno aos capitais aceitáveis para os nossos accionistas. Em segundo lugar, temos a responsabilidade para com os nossos clientes. Ambicionamos atingir, neste período, perto de dois milhões de clientes (de agora a 2021). É para isso que os nossos colaboradores, todos os dias, trabalham. Queremos um banco diferente e temos surpresas no campo tecnológico. E a nossa grande acção e dinâmica será pela vertente tecnológica”, projecta o CEO interino do banco.
Aposta tecnológica contínua
De acordo com o plano e acção da entidade, a aposta no segmento tecnológico é para continuar. Aliás, é neste segmento em que, a par dos seus concorrentes, o banco se tem distinguido, com serviços como o ‘BAI Directo’ e outras soluções com recurso à internet.
“O nosso objectivo, de facto, é prestar um serviço de excelência. Ainda temos muito caminho para percorrer, temos consciência disso. É um desafio enorme. Estamos conscientes de que o caminho se faz andando e não correndo. O nosso percurso é um percurso de vários anos. O BAI tem cerca de 21 anos. Temos um plano estratégico agora que vai de 2016 a 2021, e a nossa visão é, de facto, de oferecer a melhor experiência bancária em Angola. E é para isso que trabalhamos todos os dias”, enfatizou o gestor do banco.
Luís Lélis acredita, entretanto, que as menções ao BAI resultam igualmente do empenho dos seus colaboradores, que já ascendem a mais de dois mil. “O importante é que este prémio vem distinguir o trabalho de uma equipa de cerca de dois mil funcionários, que todos os dias se dedicam e se empenham em servir cerca de 910 mil clientes, procurando satisfazer as suas necessidades financeiras”, disse o bancário.
BAI ‘bate’ BIC
No relatório ‘Banca em Análise’ da Deloitte relativo a 2016, o BAI deixa cair o Banco BIC do segundo lugar no ‘ranking’ por lucros, atrás do BFA (o primeiro), atirando-o para o terceiro lugar. No período, o BAI chegou a recolher 49,7 mil milhões de kwanzas, um avanço de 213% se comparado ao valor de igual período anterior (ver gráfico).
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...