Mais de oito milhões de dólares investidos no Parque do Iona
INVESTIMENTO. Reserva Nacional do Namibe reabilitada com o apoio conjunto da União Europeia, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e do Fundo Global para o Ambiente.
Pelo menos, oito milhões 405 mil dólares foram necessários para a reabilitação do Parque Nacional do Iona, no Namibe, com vista a uma maior conservação da biodiversidade e fomento do turismo no país.
A requalificação do parque, hoje com 251 fiscais, resultou da Convenção de Financiamento do Projecto Nacional de Biodiversidade e Conservação do Iona, assinada pelo Governo angolano, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a União Europeia (UE) e o Fundo Global do Ambiente (GEF, acrónimo inglês).
Desconhece-se, de forma oficial, o montante com que o Governo participou para a implementação do projecto, mas o VALOR sabe que o Executivo, numa primeira fase, terá entrado com 476 milhões de kwanzas. O GEF disponibilizou dois milhões de dólares, a UE quatro milhões 438.700 e o PNUD um milhão 440 mil dólares.
O Parque Nacional do Iona, localizado a 95 quilómetros do Namibe, com uma área de 15.150 metros quadrados, foi criado na era colonial e é composto por 14 áreas de conservação, duas reservas naturais adstritas e duas parciais.
Durante um longo período, a reserva ambiental ficou sem financiamentos, sem equipamentos nem pessoal para a sua gestão, estando, assim, votada ao completo abandono.
Para tornar o parque mais funcional, o Ministério do Ambiente leccionou cursos básicos de administração de parques, forneceu os equipamentos necessários – desde fardas, botas, lanternas e outras, para a operacionalidade dos fiscais – e elaborou um estudo sobre as comunidades do interior e nos arredores do Iona, o que serviu de base para a elaboração do plano de gestão do espaço.
Segundo Aristófanes Pontes, coordenador do projecto, foram construídos bebedouros para a fauna silvestre e realizados furos de água para as comunidades de dentro e de fora do parque, sendo que o Iona já dispõe de um ordenamento próprio e “excepcional”.
“Por natureza, o parque divide-se em quatro localidades, que são as zonas costeiras, as dunas, as planícies e as montanhas. Simplesmente aproveitámos a divisão e elaborámos o plano do seu ordenamento”, esclareceu.
Cooperação “importante”
O embaixador da EU em Angola, Tomás Ulicny, considerou que o ‘Projecto Nacional de Biodiversidade do Parque Nacional do Iona’, do Namibe, tem sido uma “importante iniciativa de cooperação” entre a UE e o Governo de Angola. Para o diplomata, que interveio no acto que marcou a conclusão da infra-estruturação do projecto ‘Conservação do Parque Nacional de Iona – Namibe’, que decorreu na passada semana, em Luanda, o reforço das áreas protegidas “é o pilar da política da UE na protecção da natureza a nível global”.
“Consideramos importante que o parque siga trabalhando após o final deste projecto em 2018, para manter e valorizar o património de infra-estruturas, equipamentos e meios que têm sido realizados com o apoio da EU”, sublinhou, acrescentando que a conservação e valorização dos ecossistemas e da biodiversidade podem jogar um papel “importante no desenvolvimento sustentável em Angola”.
Presidiu à abertura do evento a ministra do Ambiente, Paula Francisco Coelho, que contou com as presenças de Ângela Bragança, ministra do Turismo, Josefa Cangombe, vice-governadora do Namibe, Tomas Ulicny, embaixador da UE e Pier Balladelli, representante do PNUD.
A rede de conservação de Angola está constituída por nove parques, um dos quais regional, duas reservas naturais integrais, igual número de reservas parciais, compreendendo 12,6 por cento de todo o território nacional.
JLo do lado errado da história