Mario Draghi volta a apresentar pedido de demissão ao presidente italiano
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou formalmente a demissão ao chefe de Estado, após ter perdido o apoio da coligação que o apoiava.
Itália deve ficar com um governo de gestão a partir desta quinta-feira. Mario Draghi é primeiro-ministro demissionário depois de esta manhã ter pedido para sair, pela segunda vez, ao Presidente da República, Sergio Mattarella. O chefe de Estado recusou, Draghi insistiu no pedido e o Governo fica em funções “a tratar de assuntos correntes.”
“O Presidente da República, Sergio Mattarella, recebeu o Presidente do Conselho de Ministros, Prof. Mario Draghi, no Palazzo del Quirinale, que, após ter informado sobre a discussão e votação de ontem no Senado, reiterou a sua demissão e do Governo a que preside. O Presidente da República tomou nota disso. O Governo mantém-se em funções para tratar de assuntos correntes“, assim refere a nota de imprensa divulgada pela presidência italiana.
Entretanto, o Presidente da República chamou os presidentes das duas câmaras do Parlamento italiano à sua residência, antecipando um cenário de dissolução parlamentar e consequentes eleições antecipadas.
Mario Draghi deslocou-se ao Palácio do Quirinale na manhã desta quinta-feira depois de ter feito um discurso de despedida aos deputados da câmara baixa do Parlamento italiano. “Às vezes o coração de um banqueiro também bate. Face à votação de ontem, peço a suspensão da sessão para ir ter com o Presidente da República comunicar a minha decisão”.
Na véspera, Draghi venceu novamente uma moção de confiança no Senado italiano, mas três partidos boicotaram a votação. Uma semana depois da anterior moção, o partido populista antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) voltou a não participar, acompanhado agora pelo Liga, partido de extrema-direita liderado por Matteo Salvini, e o Forza Italia, partido sob a liderança de Silvio Berlusconi. Numa votação em que estiveram presentes apenas 133 dos 315 senadores, incluindo os do M5S – apesar de não terem participado na votação, terão permanecido na câmara apenas para evitar que não houvesse quórum –, o primeiro-ministro italiano contou com 95 votos a favor e 38 contra.
Eco
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