Mário Leite Silva renuncia à presidência do BFA
O presidente do conselho de administração do Banco de Fomento Angola (BFA), Mário Leite Silva, gestor de Isabel dos Santos, renunciou, esta quinta-feira, ao cargo, noticiou a Lusa.
O português, braço-direito de Isabel dos Santos, assumiu o cargo de presidente do BFA em Janeiro de 2017, após a assinatura do acordo de compra de 2% do BFA pela Unitel, sendo eleito para o triénio 2017-2019.
O gestor foi também alvo, à semelhança de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, do arresto preventivo de participações em empresas e contas bancárias decidido em Dezembro pelo Tribunal Provincial de Luanda.
No conselho de administração do BFA, está também outro dos gestores próximos de Isabel dos Santos, António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, como vice-presidente, um cargo que chegou também a ser ocupado por Isabel dos Santos, segundo o relatório e contas de 2017, ano em que a assembleia-geral de accionistas aprovou a nomeação dos órgãos sociais para o triénio 2017-2019.
Também Jorge Brito Pereira, advogado de longa data de Isabel dos Santos, faz parte dos órgãos sociais do BFA, na qualidade de presidente da mesa da assembleia-geral, e aparece como um dos facilitadores de negócios expostos pela investigação denominada‘Luanda Leaks’.
Por outro lado, a PricewaterhouseCoopers (PwC) constava no relatório mais recente do banco como auditor externo, mas a consultora anunciou, na segunda-feira, ter cessado os contratos de serviços com empresas controladas pela empresária angolana, na sequência das notícias do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) com base em mais de 715 mil ficheiros.
O 'Luanda Leaks' detalha supostos esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido que lhes terão permitido desviar dinheiro do erário, utilizando paraísos fiscais, alegações que Isabel dos Santos considera “completamente infundadas”.
Mário Leite da Silva substituiu Fernando Ulrich, a 5 de Janeiro de 2017, logo após o Banco Português de Investimento (BPI) concretizar a venda de 2% do BFA à Unitel, passando a operadora angolana a controlar o banco.
“Em consequência da concretização desta transmissão, as participações do Banco BPI e da Unitel no BFA passaram a ser de, respectivamente, 48,1% e de 51,9%”, lê-se na informação enviada pelo BPI a 5 de Janeiro de 2017 à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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