Marrocos luta para ser ‘porta de entrada’para investimentos estrangeiros em África
DIPLOMACIA. Marrocos vai ser palco da cimeira anual do Fundo Monetário Internacional que decorre até o próximo sábado. Encontro reúne ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais de 189 países. Anfitrião, Marrocos, ainda está a ‘lamber as feridas’ dos sismos de Setembro que provocaram mais de três mil mortos. Mas já iniciou uma campanha de recuperação económica que passa por uma forte aposta nos negócios e nas ligações empresariais com os vizinhos africanos e sobretudo com os países da África subsariana.
Em vésperas de receber cerca de 190 individualidades do mundo empresarial e político que irão participar na cimeira do Fundo Monetário Internacional (FMI), o chefe executivo da Cidade Financeira de Casablanca insiste em afastar a ideia de que Marrocos esteja a distanciar-se de África e a aproximar-se do Médio Oriente, como analistas económicos e políticos pensam. Said Ibrahimi garante que Marrocos está “cada vez mais próximo de África” e rejeita a ideia de o continente ser “anacrónico”. Em entrevista recente ao Financial Times, Said Ibrahimi pediu que “África confie em África”, recorrendo a um apelo semelhante lançado pelo rei marroquino Mohammed VI, em 2014. Quase 10 anos depois, Marrocos volta a discutir os mesmos termos, mas com a promessa de reforçar o investimento económico com a ajuda dos países africanos. “Somos uma porta de entrada para África”, reforçou Said Ibrahimi, o homem escolhido para promover Marrocos junto dos investidores. Um dos exemplos que as autoridades marroquinas têm recorrido é a Cidade Financeira de Casablanca, uma zona de desenvolvimento económico onde estão registadas mais de 200 empresas internacionais. Além de incentivos fiscais, a Cidade Financeira oferece um sistema jurídico e financeiro, testado em muitos mercados africanos, e voos directos para mais de 20 cidades africanas através da Royal Air Maroc.
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