INTENÇÃO REFORÇADA NA CIMEIRA DO FMI

Marrocos luta para ser ‘porta de entrada’para investimentos estrangeiros em África

12 Oct. 2023 Emídio Fernando Gestão

DIPLOMACIA. Marrocos vai ser palco da cimeira anual do Fundo Monetário Internacional que decorre até o próximo sábado. Encontro reúne ministros das finanças e presidentes dos bancos centrais de 189 países. Anfitrião, Marrocos, ainda está a ‘lamber as feridas’ dos sismos de Setembro que provocaram mais de três mil mortos. Mas já iniciou uma campanha de recuperação económica que passa por uma forte aposta nos negócios e nas ligações empresariais com os vizinhos africanos e sobretudo com os países da África subsariana.

Marrocos luta para ser ‘porta de entrada’para investimentos estrangeiros em África

Em vésperas de receber cerca de 190 individualidades do mundo empresarial e político que irão participar na cimeira do Fundo Monetário Internacional (FMI), o chefe executivo da Cidade Financeira de Casablanca insiste em afastar a ideia de que Marrocos esteja a distanciar-se de África e a aproximar-se do Médio Oriente, como analistas económicos e políticos pensam. Said Ibrahimi garante que Marrocos está “cada vez mais próximo de África” e rejeita a ideia de o continente ser “anacrónico”. Em entrevista recente ao Financial Times, Said Ibrahimi pediu que “África confie em África”, recorrendo a um apelo semelhante lançado pelo rei marroquino Mohammed VI, em 2014. Quase 10 anos depois, Marrocos volta a discutir os mesmos termos, mas com a promessa de reforçar o investimento económico com a ajuda dos países africanos. “Somos uma porta de entrada para África”, reforçou Said Ibrahimi, o homem escolhido para promover Marrocos junto dos investidores. Um dos exemplos que as autoridades marroquinas têm recorrido é a Cidade Financeira de Casablanca, uma zona de desenvolvimento económico onde estão registadas mais de 200 empresas internacionais. Além de incentivos fiscais, a Cidade Financeira oferece um sistema jurídico e financeiro, testado em muitos mercados africanos, e voos directos para mais de 20 cidades africanas através da Royal Air Maroc.

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