Mercado corre risco de ficar sem ovos no final do ano
O nível de produção de ovo e carne de frango “reduziu consideravelmente”, mas a situação pode piorar até ao final do ano, de acordo com a vice-presidente da Associação dos Avicultores de Angola (Anavi), Maria José.
Em causa estão “a gritante de falta de ração” e as dificuldades na importação de pintos devido à escassez de divisas. “Há dificuldade na produção de ração, há dificuldade na importação de pintos e não temos fundo de maneio”, detalha.
As dificuldades de tesouraria, explica, resultam da burocracia existente nas diversas instituições para ter-se acesso às medidas de alívio ao sector empresarial, determinadas pelo Governo, em consequência da covid-19.
“As exigências são muitas. Os bancos estão a exigir uma série de documentos que levamos muito tempo a tratar. Estamos a tratar, mas o processo está muito moroso, isto não vai dar certo, porque tínhamos de repovoar agora para até Dezembro termos produção de ovos”, explicou, acrescentando que, em relação `s carne de frango, a situação é mais fácil de resolver. “Se tivemos matéria-prima para fazer ração agora, temos instalações disponíveis, dentro de 45 dias teríamos frangos”, precisa.
A situação, segundo Maria José, obrigou a maioria dos produtores a paralisar a produção e os poucos que persistem operaram com capacidade “reprimida” que não passa dos 25%.
A associação tem em agenda um levantamento, nos próximos dias, no sentido de apurar quantos produtores estão em actividade e qual a capacidade de produção, sendo que Maria José antecipa que estejam a trabalhar apenas 10 em todo país.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...